Capítulo Treze

Eu Sei O Que Você Está Pensando – John Verdon | Resenha

Uma carta perturbadora chega via correio com uma simples declaração ao final: “Veja como conheço seus segredos – apenas pense em um número.” Errará quem pensar que uma carta dessas chega a seu destino final apenas por obra do acaso.
Para o detetive aposentado da polícia de homicídios da cidade de Nova York, Dave Gurney, que está formando uma nova vida ao lado de sua esposa Madeleine, as cartas começam a deixar de ser estranhas para se tornarem um complicado quebra-cabeça que levará a uma enorme investigação sobre assassinatos em série.
Trazido para o caso como consultor, Gurney em pouco tempo percebe pistas que a polícia local deixou passar. Ainda assim, diante de um oponente que parece ter o dom da clarividência, Gurney vê seus esforços irem em vão, seu casamento rumando a um precipício e, finalmente, um medo incontrolável de que seu adversário não pode ser parado.
Policial | 352 Páginas | Editora Arqueiro 

Mark Mellerey recebeu um bilhete adivinhando o número em que ele estava pensando. Perturbado com isso, entra em contato com seu antigo colega, David Gurney, um detetive aposentado.
Logo Mellery começa a receber poemas com aparentes ameaças relacionadas a seu passado de alcoolismo. A trama ganha mais forma quando ele é encontrado morto e Gurney é convidado pela polícia a entrar no caso como consultor, notando detalhes que antes haviam passado despercebido, mostrando o quanto o assassino foi meticuloso e inteligente.
Anteriormente eu já tivera contato com a narrativa do autor, na obra “Peter Pan Tem que Morrer” em 2015, mas não lembrava de sua escrita ser tão complexa. Iniciei o livro pensando em encontrar uma narrativa comum e simples, porém se mostrou totalmente diferente me fazendo perder o ritmo da leitura. 
O começo foi muito difícil, devo admitir. Por mais que a história estivesse interessante, não conseguia me prender a mesma. Depois de muito insistir, me acostumei com o estilo de narrativa, encontrei uma história incrível e me vi presa a leitura. Mesmo o ritmo caindo em certos momentos não senti mais a vontade de larga-lo.
Poucas vezes encontramos em livros policiais casos extremamente complexos, onde mesmo havendo muitas pistas e descobertas, havendo um rumo a seguir, a equipe de investigação se encontra muito longe de desvendar o mistério. Temos, nessa obra de John Verdon, um assassino inteligente e tão engenhoso sendo capaz (e corajoso o suficiente) para manipular e brincar com a polícia — com direito a referencia de O Iluminado — e isso me deixou boquiaberta. Me desculpa, mas p*** que personagem! Que Assassino! Que “vilão”! Eu não saberia como descrever o perfeccionismo e engenhosidade dele.
O melhor do autor é que ele, como o assassino brinca com a policia, brinca com o leitor, deixando o culpado sempre presente na história, mas que passou bem longe do meu pensamento. Depois de descobrir quem efetuou os crimes que vi o quanto estava obvio, por que não desconfiei antes? Não, não estou dizendo que é previsível ou fácil de ser descoberto, só que está na nossa cara o tempo todo e não percebemos.
John Verdon sabe como criar uma cena de tensão. Há um situação que se estende por vários capítulos onde não ousei nem respirar direito, olhar para o lado ou qualquer coisa semelhante. Com certeza um dos pontos autos da história de muita angustia e aflição, onde os policiais ficam cara a cara com o assassino. Não irei me estender mais, mas com certeza esse detalhe merecia ser comentado aqui.
Um livro com muitas reviravoltas, que mesmo com um começo difícil, consigo perceber sua extrema qualidade e recomendo muito para os amantes do gênero.
Postado por Aline Bechi
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