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O legado das estrelas – Eli Tanhote | Resenha

Bruno perdeu tudo que tinha.
Karen deixou o passado para trás.
Ele é obrigado a continuar sozinho.
Ela se acostumou a depender dos pais. Ambos procuram motivos para viver, mas quando os dois jovens se encontram descobrem que viver é muito mais que ter motivos. “As estrelas de Andrômeda explodiram há mais de dois milhões de anos, mas nós ainda conseguimos ver o brilho delas. É como se cada estrela deixasse o seu legado para o mundo inteiro. Às vezes, eu fico observando as luzes no céu e me pergunto qual será o legado que vou deixar quando partir.”

Este livro foi cedido em parceria com o autor em troca de uma resenha sincera.  

Bruno é um garoto reservado que acabou de perder a mãe em um infeliz acidente. Agora que precisa lidar com o luto, ele também precisa lidar com as mudanças drásticas que sua vida está levando. Mas Bruno está cansado de sofrer e de se esconder debaixo do garoto do porão. Ele quer experimentar a vida, se enturmar e quem sabe se apaixonar.
Karen, por sua vez, também se sente perdida. Tendo que mudar de cidade devido ao trabalho do pai, ela precisa descobrir sozinha o que quer fazer da vida, e no processo tentar não depender tanto dos pais assim, que ainda a enxergam como uma garotinha.
Ambos tem algo em comum e precisam apenas um do outro para saberem de fato onde é o seu lugar.
Confesso que não sabia bem o que estava esperando de O legado das estrelas, mas com uma escrita poética e bem gostosa, Eli vai nos conduzindo pela vida desses dois personagens. Bruno e Karen terminaram o ensino médio e estão lidando com aquela fase onde não sabemos o que fazer da vida. Aquele limbo insuportável entre sair para as asas da liberdade ou decidir ficar guardado onde sempre ficaram.

Independente do lugar onde eu estivesse, me encontraria nas pessoas que decidi levar comigo.  

Encare a realidade ou elas te destroem.

De início achei Bruno um tanto apático e talvez cínico demais. Talvez porque o personagem a todo momento nos mostra que não é feliz, que não tem ânimo para fazer as coisas, quanto mais tomar ás rédeas da sua vida. Sinceramente achei que o personagem estava em algum estágio da depressão, porque fica muito óbvio a forma como ele não sente vontade de viver. Porém, como o autor não abordou nada disso, não sei se fiz uma leitura errada da personalidade do Bruno, ou se faltou esse aprofundamento na hora de compôr o personagem. 
Porém, se teve uma coisa que eu percebi foi um certo amadurecimento dele ao longo da narrativa. Devido a perda precoce da mãe, Bruno sabe que agora precisa escolher entre deixar as coisas o abaterem ou se levantar e começar a viver, e fiquei muito orgulhosa da forma como ele foi se desenvolvendo, conhecendo novas pessoas e se tornando alguém fácil de gostar.

Nossas histórias foram feitas para completar outras, e a partir do momento que você já contou as histórias que devia, é hora de partir para viver uma história infinita. 

Mesmo assim, pra mim Karen foi muito mais fácil de entender e de gostar. Ela é uma garota que se sente constantemente perdida, sem saber o que quer da vida, se quer trabalhar na empresa da família ou se quer cursar faculdade, e pelo fato de ter tantos questionamentos sobre a vida adulta foi por isso que eu me identifiquei com ela. Além disso a personagem é divertida, leal e faz um belo par com o Bruno, sejamos sinceras. Mas uma coisa notável foi que o autor não focou tanto no romance. Ele mostrou mais o desenvolvimento de ambos os personagens separadamente do que neles juntos, e talvez isso tenha tornado o relacionamento deles um tanto quanto raso demais, talvez até descartável na história. Acho que ambos funcionariam somente como amigos, mas também gostei do envolvimento deles. 
Senti também que o autor deixou de abordar alguns temas importantes que poderiam ter sido ótimos arcos na obra. O final também deixou um pouco a desejar. Temos um plot bem interessante, que me surpreendeu muito, mas a resolução foi muito rápida e algumas coisas passaram batido e sem explicação. Mesmo assim eu gostei muito da narrativa do Eli, é simples e te prende do início ao fim. Super recomendo para quem gosta de YAs!

O legado das estrelas | 197 páginas | Editora Flyve | Nota: 4/5

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4 comments on “O legado das estrelas – Eli Tanhote | Resenha

  1. Oiii Mi

    Dá pra entender mesmo como deve ser a personalidade da Karen. que o Bruno não seria um pouco melancólico justamente por conta da perda precoce da mãe? Sei lá fiquei pensando nisso, que talvez não fosse uma depressão mas aquela melancolia constante que às vvem com o luto. Gostei de saber que a escrita do autor é boa, e por ser um livro de poucas páginas imagino mesmo que envolva o leitor.

    Beijos, Ivy

    http://www.derepentenoultimolivro.com

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