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Habits – Anne B. Doe | Resenha

Último ano.Três meninas. Três rapazes.Segredos e mentiras.Demônios do passado e do presente.Antigas inseguranças e novos medos.Mais um ano para fingir.Mais um ano para destruir tudo.A contagem regressiva começa.
Tudo o que Jeanette Sanders queria fazer era fugir do passado e esquecer tudo o que aconteceu. Chegar a Greyford era para ser seu novo começo, uma ardósia limpa. Só parece que o passado dela não quer deixá-la ir. À medida que suas antigas inseguranças começam a voltar com força total e as mentiras crescem mais do que nunca, a única coisa que resta é a esperança de que seu coração partido sobreviva desta vez.

Mesmo com as ressalvas feitas de Lines, que foi um livro ok e tudo bem, nada demais, eu  resolvi continuar a ler a trilogia Greyford High, afinal, são só 3 livros, mas caramba, ainda bem que continuei porque esse livro melhora umas trocentas vezes.
Na resenha do primeiro livro, comentei que Derek tinha um amigo bulle chamando Andrew, e é aqui que ele terá sua história contada. Apesar do papel inicial que teve na trama (que não era nada legal), Andrew nem aparece com essa característica nesse livro visto que a autora resolveu focar em outras coisas, e foi a melhor coisa que ela fez, porque ninguém quer ler a história de um babaca sendo babaca. Porém, é óbvio que o protagonista tem seus momentos…
Andrew e Jeanette, conhecida também como A rainha do gelo, acabaram tendo um deslize no primeiro livro e ficaram juntos. Algo que deveria ter sido esquecido, mas como qualquer clichê, isso não acontece. Andrew está cada vez mais fascinado pela garota, ainda mais porque ela parece se esconder atrás de uma grande barreira, e é por isso que ele fica na cola dela boa parte do tempo, pra ver se consegue um vislumbre da mesma vulnerabilidade que tanto o cativou a princípio.

Nós não respiramos.
Apenas nos olhando.
Algo passa entre nós.
Uma compressão, talvez. E agora, enquanto seus olhos estão conectados com os meus, sinto a paz passar por mim.
Um sentimento de pertencer.

É claro que o fato dela ser a irmã gêmea de um dos seus amigos de hóquei é algo a se pensar, mas se Andrew quer algo, ele tem. O problema é que Jeanette não é fácil de entender, e cada vez que ele tenta se aproximar, é como se ela se escondesse mais. Mas é claro que existem outros deslizes… e são tantos que eles resolvem acabar ficando de vez, mas sem ninguém saber, o que por si só é uma dança que eles sabem que vão acabar perdendo o compasso uma hora ou outra.

Essa é basicamente a sinopse da obra, mas o que realmente chama atenção aqui é o plot de cada personagem. Desde o princípio sabemos que Andrew age como um idiota mimado porque a mãe abandonou ele e o pai quando era criança. Isso criou um trauma em relação a mulheres em sua vida, o que não justifica nada das suas ações, mas nos dá uma visão geral sobre o porque dele agir como age. E o fato do pai só se importar com o trabalho, sem dar nenhuma atenção a ele, é outro problema que atormenta o cara. Apesar das primeiras impressões que ele deixa no leitor, é impossível não se compadecer com o personagem e gostar dele, então talvez eu tenha um fraco por protagonistas idiotas, e ok, me julguem, mas é notável o quanto Andrew conseguiu ser mais profundo e convidativo do que Derek, que é só mais um personagem ok e sem graça. 
Agora Jeanette, meu bem, ela basicamente carrega a história toda nas costas. Já havia comentado o quanto estava ansiosa para conhecê-la melhor, e a autora não deixou a desejar. Na sinopse já sabemos que há algo no passado de Jeanette que mudou totalmente a forma como ela lida com as pessoas hoje em dia, não deixando ninguém entrar, sem fazer amigos. Até sua relação com o irmão gêmeo mudou e isso é algo constante na obra. E quanto mais voltamos ao passado, mais ficamos com vontade de saber o que aconteceu. Sempre reclamo desse subterfúgio chato pra caralho de ficar indo e voltando na narrativa, mas aqui funcionou completamente comigo, então sem reclamações em relação a isso.

Eles acham que eu não os ouço sussurrar, mas quando você não fala muito, você tem todo o tempo do mundo para ouvir. 

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Eu daria qualquer coisa para não sentir. E eu tento. Eu realmente faço. Mas a coisa é, eu sou o completo oposto do que eles acreditam que eu seja. 

Além disso, a autora aborda um tema muito interessante, mas que se eu explanasse seria spoiler. Só queria dizer que é o tipo de coisa que tu não percebe que está sendo abordado sabe? Tipo Teto para Dois. Tá lá, mas tu não tá vendo até que alguém fala e tu percebe que sempre tava sendo retratado, e tu não viu. Ficou confuso? Espero que não. Mas é exatamente isso. Existe algo ali no pano de fundo, que de repente, você percebe que sempre esteve, você que não percebeu. E é interessante porque a gente se coloca no lugar dos personagens que também estão no escuro em relação ao que tá acontecendo. Ou eu demorei anos pra ver porque sou sonsa, também é uma possibilidade.

Apesar dos personagens serem completamente errados um para o outro, cada um tem uma bagagem densa, eu acho que eles eram perfeitos um para o outro. Tipo, os opostos realmente se atraem, sabe? E por isso torci tanto por eles, porque sabia que ninguém botava fé nos personagens, nem eles mesmos.

E as pessoas que não deviam te machucar, te machucam mais.

Jeanette Sanders poderia ser minha ruína. E eu não estou pronto para isso.

De fato gostei muito mais dessa obra do que de Lines (eu até mudei posteriormente minha nota do primeiro livro). Acho que a autora fez sucesso com o primeiro, sem saber que viria o segundo, e assim que viu que deu bom, ela se empenhou mais no próximo, o que foi ótimo. Aqui temos problemas mais reais e emocionantes, que deixam a gente agoniado. Lines foi bobinho e Habits foi impactante. Agora estou mais ansiosa para saber o que a autora reserva para Brooke, outra personagem que tem chamado muita atenção ao longo da trilogia. Eu amei e super indico vocês lerem a série. 

Greyford High #2 | 354 páginas | Publicação Independente | Nota: 4/5

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20 comments on “Habits – Anne B. Doe | Resenha

  1. Eu tenho um fraco por personagens assim, tipo que carregam um passado nas costas..rs Deve ser aquele instinto de querer proteger.
    Li a resenha do primeiro livro estes dias e? Já o quis. Agora vem o segundo? Preciso!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

  2. Já ia começar o comentário reclamando da autora ter feito um livro só pro menino do bullying, mas já acalmei depois que você falou que não foi o foco da narrativa. AINDA ASSIM NUNCA ESQUECEREI ESSE "DETALHE". Gente, qual o sentido de um namoro escondido? Não sei se gostei disso, kkkkkkkkkkkkk.

    Outra coisa que eu quase nunca concordo em obra nenhuma é quando o autor justifica as merdas do protagonista com um passado triste. Gente, ok, ele foi abandonado, mas que culpa as pessoas têm disso? Também não acho que justifica. Mas uma coisa bem interessante nessas histórias são as personagens femininas, né? Confesso que fiquei até curiosa pra saber esse segredo que ela carrega.

    Já esperando a resenha do terceiro volume!

    Beijos,
    http://www.roendolivros.com.br

  3. Olá Miriã!
    Que bom que houve uma evolução em relação à escrita da autora de um livro para o outro! Aqui doe capricha na caracterização dos dois protagonistas e os trabalha de forma bastante aprofundada. E esse assunto misterioso que é abordado mas não nos damos conta de prontidão só torna a leitura ainda mais eletrizante, porque de repente surge uma nova informação do nada e quando associamos com o resto da história ficamos nos perguntando como não percebemos antes.
    Com certeza Jeanette é a estrela do livro, embora o background da família de Andrew também seja essencial para compreendermos o personagem.
    Beijos.

  4. Jeanette e Andrew são diamantes em bruto! Esta história é emocionante e emocionante, com drama, angústia e ação. Adorei conhecer esses dois melhor e mal posso esperar pelo próximo livro !! ����������

  5. Miriã!
    Li sua resenha do livro anterior e não gostei muito, mas se diz que esse livro é bem melhor e que o protagonista de certa forma foi redimido pela autora, vou acreditar.
    Gosto do artifício passado e presente, porque podemos ter uma noção mais ampla sobre os acontecimentos, mesmo que seja como um jogo de memória.
    cheirnhos
    Rudy

  6. Olá! Ahhhhhh, agora sim, esse livro me deixou bem mais interessada do que o anterior, amo esses personagens “quebrados” que a gente tem vontade de guardar num potinho, fiquei bem curiosa com a história, ainda mais com a resenha, espero ler em breve!

  7. Nos livros sempre tem algum personagem que carrega a história nas costas, né?! hahaha Esse livro me pareceu melhor que o outro, principalmente por conter plots interessantes em cada personage. Acho que já comentei sobre a capa do livro anterior, que se repete nesse livro também, que ela é meio brega hahah Adorei a resenha!

  8. Gosto de romances que os personagens estão nessa fase, gosto de ler sobre o 'amadurecimento' deles. Por isso gostei quando li a resenha do primeiro livro, e agora gostei mais ainda desse, já que você falou que é melhor que o anterior.
    Também tinha achado o Andrew um completo idiota depois de ler a resenha de Lines, mas gostei que a autora trouxe a explicação dos "motivos" dele.

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