Indicação de livros safados, românticos e divertidos

Minha pequena mulher – Kel Costa | Resenha

Arthur Salazar é um advogado quarentão que leva seu trabalho muito a sério, vive quase exclusivamente para isso e não dedica muito tempo da sua vida para relacionamentos amorosos. Alguém que gosta de ouvir música enquanto toma um vinho na tranquilidade de seu apartamento. Um homem de coração enorme, marcado por uma perda que jamais vai esquecer.
Marina Leão é órfã e irmã caçula do melhor amigo de Arthur, que morreu num acidente de carro e virou o mundo deles de cabeça para baixo. Ela era a “garotinha dos olhos” dos dois, a princesa do trio, por quem eles dariam a própria vida. Quando Felipe morreu, o advogado não viu outra solução a não ser deixar a pré-adolescente ir morar com a tia no Rio de Janeiro, mas alguns anos depois, quando ela se torna maior de idade e começa a demonstrar atitudes que ele desaprova, Arthur percebe que a decisão de afastá-la não foi a melhor.
Os dois não poderiam ser mais diferentes. Ele, recluso, sério, fechado. Um homem perspicaz, de convicções firmes, sócio de uma das maiores firmas de advocacia de São Paulo. Ela, jovem demais, frequentadora dos bailes funks do Rio de Janeiro, digital influencer e amante da exposição de imagem.
Voltando atrás na decisão de mantê-la afastada, Arthur traz Marina de volta para ser criada sob seus cuidados. Ela tenta ignorar seu coração, mas a proximidade entre eles e a reconquista da intimidade torna a convivência pacífica extremamente difícil. O homem durão que lida facilmente com criminosos todos os dias está prestes a sofrer nas mãos de uma morena que sabe bem os poderes que possui.
AVISO: Conteúdo para maiores de 18 anos, pois possui cenas eróticas.
A história aborda temas como bulimia e transtornos alimentares, podendo acionar gatilhos em pessoas sensíveis ao assunto.


Arthur Salazar é um advogado solteirão bastante famoso no estado de São Paulo que agora precisa cuidar da irmã mais nova de um falecido amigo. Marina Leão conhece Arthur desde quando era um bebê, e agora que voltou a morar em São Paulo com ele, os antigos sentimentos que a garota nutria por ele insistem em voltar. O problema logicamente é que Arthur tem 40 anos e a enxerga somente como uma garotinha, coisa que ela está ansiosa em mudar. 
Minha pequena mulher tem uma premissa muito legal já que irá retratar o romance de um homem mais velho com uma garota de apenas 19 anos. E as coisas ficam mais interessantes quando descobrimos que essa garota é a irmã do seu falecido melhor amigo, Felipe. Desde o trágico acidente há quatro anos atrás que tirou a vida dele, Marina tem morado com a tia e os primos em um bairro do Rio de Janeiro, mas devido alguns problemas com sua criação, Arthur resolve que ele mesmo irá “educá-la” e pede que a moça vá para São Paulo com ele. 

Talvez estivéssemos ligados por fios invisíveis há mais tempo do que eu imaginava.

Anúncios

Marina que agora é influencer digital acha ótimo a mudança de lugar, afinal ela poderia passar mais tempo com Arthur, sua paixão platônica da adolescência. Mas conviver com uma mulher na flor da idade, inocente mas ao mesmo tempo atrevida, não será algo tão fácil para Arthur, ainda mais quando a mulher em questão fará de tudo para seduzi-lo.

Você continua sendo meu unicórnio, e isso é muito especial para mim.

Desde que eu li Birthday Girl eu tenho procurado premissas semelhantes para ler, e depois da indicação de uma amiga resolvi encarar o livro da Kel Costa. Deixo claro que eu gostei muito da obra, mas alguns problemas me fizeram achar a leitura cansativa. Principalmente Mariana, que é uma personagem bastante carismática e divertida, mas extremamente infantil. Entendo que a autora quis trazer uma mulher saindo da adolescência e entrando na vida adulta, mas Mariana conseguia ser tão criança que dava nos nervos e chegou a ser extremamente cansativo. Outra coisa que me incomodou foi o palavreado dela: trombeta e bacurinha pra se referir a pênis e vagina, e tudo bem, não tenho nada contra a esse tipo de vocabulário, mas mirmã, uma moça de 19 anos falando assim?? Não, não comprei. Achei estranho e forçado demais. Sem contar que em algumas cenas Mariana era mó descarada e safada em seus avanços em Arthur e do nada ela ficava toda inocente e com vergonha? Uhum tá. Não me convenceu. Acho legal ter as duas características da personalidade, mas o exagero aqui foi o que caiu mal.
Arthur praticamente carrega o livro nas costas. Ele é muito interessante e pelo fato de ser maduro, gostei muito mais dele do que de Marina. Ele sabe que se envolver com a irmã do melhor amigo é um problema, não somente pela diferença de idade, mas também pelo fato de conhecer Marina a vida toda. Isso é algo que pode mudar completamente a dinâmica familiar entre eles, e como Arthur não é bobo, não quer correr o risco de foder a situação. E foi na forma como ele agia com Marina a respeito disso que eu gostei mais ainda dele. Mesmo com ela se esfregando e se insinuando pra ele 70% do tempo, Arthur é bem articulado e sabia sair da situação de forma divertida e sem pesar nas suas ações em relação a ela. Aqui antes de um possível namorado, ele era antes de tudo uma figura paterna, e ele tenta levar isso ao máximo possível na história.
Apesar da autora ter abordado bem a questão da idade, ainda acho que Birthday Girl consegue explanar melhor a diferença de idade dos protagonistas mais do que a obra que temos aqui.

Quarenta anos na cara, incontáveis mulheres na cama, e aqui estava eu, idealizando momentos com uma menina que possuía metade da minha idade.

E isso nos leva as cenas sexuais. Apesar do livro ser erótico, o sexo só acontece mesmo lá pro final da obra. Marina é virgem e não é como outras protagonistas que quando perdem já se sentem doidas pra sair dando por aí. Kel acertou na construção dessa característica da personagem mostrando uma garota simples, com inseguranças e nem um pouco ansiosa por sexo. Claro que ela tá ali 24h se insinuando pro Arthur, mas a ideia de estar com ele é muito maior do que a ideia de fazer sexo com ele. Deu pra entender? O livro é todo basicamente sobre preliminares, em resumo.
E dessa mesma forma a autora aborda outro tema: o distúrbio alimentar. Por ser influencer, Marina tem sérias obsessões com seu corpo e por isso induz o vômito em várias cenas da obra. Apesar de não achar ser tão pesado quanto achei que o tema seria retratado, a autora conseguiu trabalhar a bulimia de uma forma que não ficou rasa porém não tão profunda.

A vida é assim, complexa, de altos e baixos, com várias nuances, nem sempre ela será um mar calmo, mas é quando sobrevivemos às ressacas que aprendemos e evoluímos. E desabafar faz bem.

Anúncios

Outra coisa que pesou negativamente na obra é o excesso de páginas. O livro tem mais de 700 e pra um romance isso é um exagero! Eu geralmente não me importo com isso mas em Minha pequena mulher senti que deixou a leitura muito arrastada. Quanto mais eu lia parece que o final nunca chegava, e isso me cansou demais durante a leitura. 
Fora os adendos, a escrita da Kel é bem gostosa e divertida. Eu confesso que ri horrores das trapalhadas da Marina e das interações dela com o Arthur. Se a autora não tivesse pesado tanto na infantilidade da protagonista e tirando umas 300 páginas com certeza minha nota teria sido muito melhor. Mas se você quer se arriscar no romance e no tema abordado, eu super recomendo!

Minha pequena mulher | 736 páginas | Publicação independente | Nota: 3,5/5

Compartilhe o post

Deixe um comentário para O que tem na nossa estante Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

23 comments on “Minha pequena mulher – Kel Costa | Resenha

  1. Miriã!
    Já tive oportunidade de ler outro livro da autora e gostei, mas reconheço que suas observações são bem relevantes, primeiro por ser um romance de 700 páginas, sem muita ação erótica, só mais para o final, deve ficar cansativo mesmo, e, depois, pela personalidade infantilizada da protagonista. Não acho que a diferença de idade seja um grande problema, dependendo da maturidade, dá época na vida. Aqui em casa Manoel é 16 anos mais velho que eu, mas já começamos nossa relação ele com 50 anos e eu com 34, já éramos experientes e sabíamos o que queríamos.
    cheirinhos
    Rudy

  2. Oie MIka!

    Eu confesso pra você que eu não gostei muito de birthday girl, mas não sei te dizer o que me incomodou mais. Eu li rápido, mas talvez essa diferença de idade e ter visto de perto na familia uma relação que não acabou tão bem assim me deixam meio com pé atrás, sabe? Mas não duvido nada que o Arthur tenha em parte sido o alívio da obra pela maturidade e por a gente sempre imaginar um homão bacanudo que tem as atitudes
    Achei legal que a autora abordou uma personagem virgem e também sobre os distúrbos alimentares é importante falar sobre isso também
    super te entendo sobrecortar umas 300 paginashahahaha
    eu li um assim recentemente
    mas essa capa bonita aí chama a atenção, hein???

    Beijocas da Pâm
    Blog Interrupted Dreamer

  3. A escrita da autora até é interessante, mas a normalização do relacionamento afetivo e sexual entre uma adolescente (por que aos 19 ainda somos imaturas e não temos maturidade e preparo emocional para sermos consideradas MULHER de ninguém) e um adulto de 40 anos; me incomoda de uma forma insuperável .

    Este tipo de relação não é saudável e não deveria ser romantizada, muito menos banalizada . Se eu tenho sobre uma menina, um sentimento fraternal, não e natural ele evoluir para algo sexual, já que os personagens não sao parentes. Existe toda uma problematização relacionada ao machismo social e a objetivação feminina.

    Não entendi como de uma hora para outra o mocinho passa a ver a mocinha como mulher. O que é bem estranho por sinal, já que ele praticamente a criou junto com o irmão dela.

    O fato da personagem ter bulimia ficou sem pé nem cabeça, achei que não combinou com o enredo da história. Podia ter sido melhor tratado no livro…

  4. A autora é sempre muito elogiada, apesar de eu ainda não ter tido o prazer de conferir.
    Dei uma assustada com o número de páginas, um verdadeiro calhamaço,mas que mesmo assim, traz temas interessantes, mesmo que abordados de maneiras digamos, diferente.
    Authur é aquele tipo de personagem que já gostei de cara,tanto por ser maduro e certo de sentimentos. Mas a idadde de Marina é um probleminha.rs
    Mesmo assim, se puder, claro que quero muito conferir o livro!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

  5. Oi, Miriã!

    Se tem uma coisa que eu não gosto são personagens imaturos, quase nunca levo a leitura adiante. Concordo com você quanto ao número de páginas, 700 páginas é mais comum em livros de fantasia, para mim, romance não precisa disso tudo. Enfim, achei interessante a autora tratar de assuntos polêmicos, quase nunca vejo livros assim.

    Beijos!

  6. Oi, Miriã!
    De início já não tinha me interessado muito pela trama, e isso só se agravou depois de descobrir que tem mais de 700 páginas socorro!!! Um livro com 400 já tem muita enrolação, imagina um com 700? misericórdia!
    Não acho tão legal esse tipo de relacionamento também, mas que bom que apesar das ressalvas a leitura teve bons momentos 🙂

    Estante Bibliográfica

  7. Olá Miriã!
    Quanta forçação de barra, não? Confesso que achei a protagonista extremamente superficial e estereotipada. A impressão que fica é a de que a autora não soube como equilibrar todos os temas presentes na obra, fazendo com que o leitor não consiga criar um elo verdadeiro pelos protagonistas.
    E também não é legal reduzir os objetivos de Marina a simplesmente perder sua virgindade com Arthur (percebe-se isso por todas as investidas que a personagem dá ao longo da leitura, que se tornam cansativas e apelativas demais).
    Até temos um plot para a questão da bulimia, mas este poderia ser explorado de forma melhor visto que páginas pra isso não faltavam, né?
    Beijos.

  8. Caramba, mais de 700 páginas? Kkkkk não dá nem pra acreditar. Haja fôlego. Eu geralmente amoo esse tema, e até fico horas lendo livros no Wattpad porque as pessoas sabem escrever esse tipo de envolvimento lá… Mas acho que esse livro não me agrada muito. Prefiro me aventurar em Birthday Girl.
    A resenha está maravilhosa Miriã ♥️
    Jardim de Palavras

  9. Olá! Super concordo com o que você falou (escreveu)! O livro é bom, definitivamente o Arthur é aquele protagonista que a gente fica na esperança de conhecer na vida real #alouca. A Uni me irritou em algumas partes com as suas decisões, eu até entendo que ela só tenha 19 nos e tals, mas suas atitudes eram muito controversas e para quem estava tão decidida que amava o Arthur desde tão cedo, ai ai ai, mas enfim! O número de páginas realmente assusta, e algumas coisas poderiam ter sido sim cortadas, mas no geral eu gostei demais da história, foi super divertido, ainda mais, porque comecei a acompanhar lá no wattpad, e a interação com a autora é maravilhosa, mas também tivemos doses necessários de realidade, gostei de como ela tratou o assunto em relação à bulemia e essa cobrança do corpo “perfeito”.

  10. Olá,

    Não fiquei nem um pouco com vontade de ler esse livro KKKKKKKKK
    Você dizendo que com 19 anos ela ainda era infantil e usava essas palavras ??????
    700 páginas?????? Qual a necessidade para um livro de romance? KKKKKK Não dá
    Mas enfim, talvez eu só esteja sendo muito critica
    Vou deixar em aberto, e quem sabe daqui a um tempo eu tente ler ele.

    Beijos

  11. Olá, Miriã.
    Esses dias descobri que os autores ganham, por páginas na Amazon dai entendi esses livros enormes hehe. Eu achei a premissa interessante mas não leria por agora porque minha leitura atual é uma garota que fica com o pai da amiga e não estou gostando do livro. Mas acho que o problema é o que estou lendo mesmo porque praticamente só tem sexo e não tem história.

    Prefácio

  12. Oi amiga, não conhecia a autora! Eu acho bem complexo esse lance da diferença de idade, é sempre bem difícil articular. O que me incomodaria na obra em questão é que ele queria ser uma figura paterna, pra cuidar da Marina e tal… Acho que eu torceria um pouco o nariz pra isso. Eu também não gosto muito quando os autores tentam infantilizar certos personagens introduzindo elementos tipo o lance das palavras pra órgãos genitais kkkkkkkkkkkkkkk. Convenhamos que 19 anos nem é tão nova assim pra usar esse tipo de vocabulário. Também não me imaginaria lendo um livro de 700 páginas desse estilo, sinceramente. Acho que o problema nem é a quantidade, mas o desenvolvimento, né?

    Beijos,
    http://www.roendolivros.com.br/

  13. Oi,
    Eu ainda não li nada da autora, mas achei a premissa bem interessante, pela diferença de idade e falar sobre bulimia.
    Aii trombeta e bacurinha kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    A Marina parece ser muito molecona kkkkk e o Arthur mais sério e focado. Fiquei com vontade de ler, mas muito grande pra um romance mesmo.
    Bjs
    elvisgatao.blogspot.com.br

  14. Lendo a sinopse, eu até que gostei do livro, apesar de não ser um gênero que não costumo ler. Mas, no decorrer da resenha, quando é citado que a Marina é extremamente infantil, e usando "bacurinha" e "trombeta", confesso que perdi até a vontade de lê-lo kkkk Outra coisa que me espantou foi a quantidade páginas 😮

  15. Oii Mi!
    Gosto bastante da autora, a escrita dela é maravilhosa e gostosa de ler. Até no momento só li a trilogia Fortaleza Negra, que por sinal gosto bastante.. Tenho outros livros dela no kindle mas ainda não li. Esse livro parece ser bem interessante, traz um tema bem delicado, mas pelo visto algumas coisas não parece ser agradável. Talvez eu leia!

    Blog:
    Tempos Literários

  16. Gostei do enredo do livro, me amarro em romances que de certa forma é 'errado' em acontecer, o que nesse caso o Arthur era o melhor amigo do irmão da Marina e nutria sentimentos de responsabilidade sobre ela.
    Não gostei que a autora retrata a personagem com uma imagem muito infantil, e o uso desse vocabulário e o tanto de páginas não ajudou muito.

  17. so gosto de livros longos. kel costa é ótima no gênero.
    arthur e marina tem um ótimo desenvolvimento.
    não vejo mal em uma mulher de 19 anos tem relacionamento com um de 40. sentimentos mudam. arthur passa por um período de aceitar o que sente e só então da o passo de expor seus sentimentos a marina. nada é forçado. a questão da bulimia foi rasa mas não era esse o foco do livro. pra quem gosta desse gênero literário vai gostar.

Plugin WordPress Cookie by Real Cookie Banner
Rainha das Lágrimas, o novo drama coreano da Netflix Livros, aparelhos e kindle unlimited, confira algumas ofertas da Black Friday Vermelho, branco e sangue azul, o novo filme queridinho dos leitores Um livro para cada era da Taylor Swift Livros para quem amou a série Rainha Charlotte