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Romance em San Marino – Lídia Rayanne | Resenha

Sinopse: Ela havia nascido para ensinar. Ele, para governar. Só precisavam que o destino os unisse…
Em meio às guerras napoleônicas, a pequena república de San Marino ainda permanece livre com as graças do Imperador Bonaparte. Mas a paz que reina no Monte Titano não se aplica a Ângela Olivério.
Pressionada por seus pais para aceitar um casamento arranjado, a jovem se pergunta quem em pleno século XIX aceitaria se casar com uma professora cheia de sonhos idealistas.
As inquietações também não abandonam Marco Casali. Comprometido com a bela Alessa Vicini e filho de um dos governantes mais importantes de sua geração, o galante rapaz se sentia preparado para substituir o lugar do pai no Conselho de San Marino. Isso até o dia em que foi envergonhado diante de seus mais importantes líderes. Como ele poderia se tornar o capitão-regente de um país cuja história e povo mal conhece?
Depois de um inesperado encontro, Marco descobre em Ângela a mentora improvável de que precisa. Sob a promessa de que ele lhe conseguirá uma audiência com os próprios capitães-regentes, Ângela aceita a missão de instrui-lo nos preceitos da República sem saber que, terrível e irreversivelmente, seu coração seria arrebatado logo por ele — um rapaz destinado à outra garota.
Mas o que ambos não imaginam é que, à medida que lutam contra o sentimento crescente entre eles, a chegada de dois estrangeiros ameaça a liberdade de San Marino.
Aventura, romance | 511 páginas | Publicação Independente

O ano é de 1806. O Imperador Napoleão Bonaparte está conquistando vários territórios europeus ao longo da história, mas por obra de um acordo, a República de San Marino, um pequeno país rodeado pela Itália, seria poupado, sendo assim conhecido como A Terra da Liberdade. Em meio a esse enredo, Ângela Olivério, uma jovem de 19 anos, tenta dar aulas a seus pequenos alunos na improvisada escola que conseguiu construir, ao mesmo tempo que precisa se livrar da pressão de ter que arrumar um marido para casar.

Ângela sempre foi uma garota impetuosa e por ser muito inteligente e preocupada com as questões do país, ela expõe de maneira escandalosa suas convicções sobre política a quem quer que seja, o que preocupa sua família já que moças da idade dela já deveriam estar casadas e não tentando divulgar sua opinião aos outros. Em uma confusão armada na praça da cidade, a garota acaba conhecendo Marco Casali.

Marco Casali é filho de uma das mais importantes e ricas famílias de San Marino. Seu pai, Astor Casali, sempre o ensinou tudo a respeito do país para que quando Marco crescesse, ele pudesse tomar o lugar do pai no Conselho Grande e Geral de San Marino e tornar-se capitão-regente para que pudesse ajudar nas escolhas de melhorias para o país. Marco sempre sonhou em se casar com a linda Alessa Vicini, filha rica de uma família também importante para a cidade. Desde criança ambos estão apaixonados um pelo outro e esperam ansiosamente o momento que a moça completar 18 anos para que assim, o jovem possa cortejá-la. Porém, enquanto isso não acontece, Marco precisa aprender cada vez mais sobre política para que consiga desempenhar bem o seu papel.
Assim que põe os olhos em Ângela, Marco não poderia ver pessoa mais desajustada. Magra, mas com roupas maiores do que ela e de cabelo desgrenhado, ela o surpreendeu com suas palavras ao ralhar com um amigo em plena praça pública, coisa que qualquer outra garota nunca faria, mas assim que toda a adrenalina passa, Marco logo se esquece dela. Até que em um jantar em sua casa, ele acaba passando vergonha na frente do Conselho ao sugerir ideias para San Marino consideradas ridículas por todas. Querendo ser motivo de orgulho para o pai e se tornar um capitão-regente melhor, ele resolve procurar a estranha moça com a proposta de que ela lhe daria aulas e em troca, ele poderia arranjar um encontro dela com os capitães-regentes da cidade para que seus projetos de melhorias para sua escola fossem ouvidas.

Foto por Leitora Encantada
Eles estão começam a ter aulas juntos e assim, as convicções de Marco sobre quem realmente quer para construir uma família começam a desmoronar. Agora tudo o que ambos conseguem fazer é pensar um no outro, mas será que poderão ficar juntos em meio a tantas intrigas e armadilhas que estão preparando para o futuro de San Marino?

MINHA OPINIÃO

Devo confessar que demorei muito para conseguir terminar essa obra. Primeiro porque estou de ressaca literária, então todas minhas leituras estão sendo mais lentas do que o esperado e segundo porque eu achava que a história fosse um romance de época, iguais aqueles que estamos acostumados a ler das autoras Sarah MacLean, Julia Quinn, entre outras, e o fato da história ser completamente diferente disso me fez ficar protelando mais ainda a leitura.
A história se passa em 1806, mas como vamos conhecer a República de San Marino, um lugar completamente diferente da Inglaterra, as diferenças entre os tipos de enredo são gritantes. Primeiro que não há tanta formalidade entre as pessoas como os títulos ingleses acabam demandando. Há sim pessoas mais ricas, pessoas importantes assim como há plebeus, mas como estamos falando de uma república, é notável que todo o construto de monarquia que vemos nos romances de época seriam desconstruídos aqui. Estou somente comentando isso pra vocês não acharem muito estranho como eu quando comecei a leitura.
Eu devo dizer que a história é realmente impactante. Ela tem uma gama de assuntos abordados assim como tramas como pano de fundo do romance principal. Eu amei ver o quanto a autora desenvolveu bem essa história. Não vi falhas nos argumentos que ela criou para cada situação, assim como achei a história muito bem desenvolvida. Não diria que esse primeiro livro (porque sim, há outro sendo preparado já) seria um livro introdutório, até porque temos 511 páginas e acredite, todas são repletos de acontecimentos importantes para o decorrer do livro, mas fica óbvio ao leitor que o segundo volume com certeza trará respostas e um ritmo mais ágil  para a leitura.

Foto por Leitora Encantada
Todos os personagens foram muito bem construídos. Marco e Ângela são dois fofos e com certeza eu shippo eles. Me identifiquei muito com a Ângela por ser uma mulher a frente do seu tempo, que tem ideologias e se preocupa em apresentá-las a pessoas importantes em prol do bem maior. E justamente por isso a autora aborda a questão do machismo e a inferioridade da mulher, já que várias passagens do texto mostram que as mulheres da época deveriam apenas se preocuparem com o lar e a prole, nada mais. Marco também é um personagem muito agradável, romântico e bastante carismático, mas com certeza meu destaque aqui vai para a mocinha que consegue ser tão “gente como a gente”‘, que acaba roubando todas as cenas mesmo com palavras e ações das mais simples.
Como disse, há 511 páginas no livro, muitas tramas desenrolando ao mesmo tempo que a história principal e por isso vemos muitos personagens. Como a narrativa foi feita em terceira pessoa mas no ponto de vista de cada personagem apresentado, não dá pra simplesmente comentar sobre todos, mas amei principalmente a Nelita, prima da protagonista, e é ela que traz um aspecto de normalidade ao enredo ao trazer diálogos divertidos sobre moda e garotos. E com certeza, gostaria que a autora desenvolvesse melhor o romance entre os pais de Marco (porque sou daquelas pessoas românticas que acredita em finais felizes). 
É impossível falar do livro sem fazer uma resenha enorme como esta, mas eu ainda estou sentindo que tem muita coisa que estou deixando passar, já que quero que vocês sintam na pele tudo o que senti ao ler a obra. Estou super ansiosa para que a autora traga no livro dois tudo aquilo em aberto que ela deixou, e pelo que eu vi, estará de arrasar. A Lídia fez uma pesquisa super elaborada sobre o país, a cultura e principalmente a questão política do mesmo, isso enriqueceu a história de uma maneira surpreendente, além de trazer vários termos em italiano no enredo para que o leitor se habitue a língua nativa do país. 
Foto por Leitora Encantada
Uma das coisas vou ressaltar novamente é a questão da época que o livro irá ser retratado. Não se apegue a datas mas ao enredo, até porque o leitor pode achar tudo muito diferente dos outros livros de romances históricos. Uma das minha dificuldades na leitura inclusive foi porque boa parte dela eu achava que San Marino era um país da América Central, então me confundia muito nos diálogos e ações dos personagens, já que os sentimentos das pessoas são bem mais expressados aqui – ou seja, elas se abraçam, beijam publicamente sem vergonha alguma -. 
Romance em San Marino no começo foi difícil de engolir mas com o passar das apresentações dos personagens e da trama como um todo, mostrou-se uma obra quente, maravilhosa e com certeza digna de muito sucesso. 
***Agradeço a autora pelo carinho ao enviar gentilmente a obra para resenha e peço desculpas pela demora ao finalizar a leitura.
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12 comments on “Romance em San Marino – Lídia Rayanne | Resenha

  1. Eu não tenho palavras pra expressar o quão encantada estou com essa resenha! <3
    Me enche de felicidade saber que San Marino te conquistou, mesmo seguindo um formato diferente dos romances de época que está acostumada. Espero cumprir suas expectativas no segundo livro :3
    Bjs e muito obrigada por todo o carinho! <3

  2. Oi Mi, por não se passar em Londres eu realmente imaginei que não fosse um livro de romance de época como os da Julia e sua resenha só me confirmou esse fato. Só não tinha me atentado para a quantidade de páginas, mas que bom que a autora recheou a trama de acontecimentos. O livro já está na minha listinha de leituras e adorei sua resenha mega completa <3

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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