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O corvo negro – Lucas de Lucca | Resenha

Ukel mora na capital do reino de Gor em um mundo fantástico repleto de magia e armas mundanas em duelo, mas ele é apenas uma criança. Após as guerras arcanas, a cidade onde vive recebe refugiados do norte e a vida do garoto muda ao conhecer Merienir, uma elfa de cabelos prateados refugiada, e Farem, um órfão de Gor.O Corvo Negro mostra a escalada de Ukel no mundo do crime até se tornar um corvo, um caçador de monstros e malfeitores.Traição, sangue e malícia guiam o caminho do jovem em uma trilogia empolgante onde o protagonista não passa de um egoísta sem redenção.

Livro cedido em parceria com o autor para uma resenha sincera. 

Ukel é um garoto de apenas 10 anos que mora em Gor, uma das cidades do reino de Ayrlia. Em uma tarde onde um grupo de refugiados aparece na cidade, ele conhece Farem, um órfão pouco mais velho que Ukel e Merienir, uma elfa que tem seus pais assassinados pelo corvo negro, um caçador de recompensas que trabalha para o povo e para o rei.
Farem assume a responsabilidade de ajudar Merienir, mas para isso ele começa a cometer pequenos furtos em busca de comida para ambos, o que também impele Ukel a ajudá-los. Anos se passam e agora os conhecemos como Ponto, Punho e Flecha, ladrões perigosos e temidos pelo povo de Gor, chamando até a atenção do Rei, que insiste para que os três trabalhem para ele.
Agora os três precisarão arriscar suas vidas em missões em prol do soberano, sabendo que precisam tomar muito cuidado agora que os inimigos se tornaram outros. 
O corvo negro definitivamente foi um livro que me surpreendeu. Vocês sabem o meu histórico com histórias de fantasia, mas resolvi arriscar com essa obra pois seria o meu primeiro nacional do gênero, e estava muito ansiosa para isso. Ainda bem que não me arrependi. Lucas de Lucca sai do óbvio e nos entrega personagens que não são mocinhos, e muito menos fazem a linha de jornada do herói. Ukel sendo o principal é frio, calculista e muitas vezes levado pelo prazer e orgulho em machucar os outros, mostrar que é forte e poderosos àqueles que o temem. Um personagem que ou você ama ou você odeia. 

Para Ukel matar na surdina é uma arte e ele se orgulha de ser um mestre, ou pensa que é. 

Farem é como um garoto bobo que entrou de supetão nessa história. Lembra Rony de Harry Potter, sem saber direito qual o seu lugar e quais decisões tomar. O fato dele ser apaixonado por Merienir e ela por Ukel é um ponto também que merece destaque na história. O que me levou a gostar muito mais da garota do que todos os outros personagens, visto que ela é a única gentil entre eles, além da mais inteligente e com um senso de justiça incomum. Afinal, eles são ladrões, mas para Merienir a vida reserva muito mais do que roubar pessoas, e é isso o que a torna tão especial, e talvez uma pedra no caminho para os planos de Ukel. 
O livro narra toda as aventuras dos personagens e seu crescimento ao longo da jornada como ladrões que eles vão seguindo. Se tem uma coisa que me incomodou aqui foi a narrativa em terceira pessoa. Estou acostumada a ler livro com esse tipo de narração, mas o autor não traz emoção para as falas e nem as cenas, não nos mostra nada além do fatos que estão acontecendo no momento. Isso trouxe mais impessoalidade a obra o que me dificultou a conectar com a história e os personagens, o que também atrasou minha leitura. Porém, acredito que quem estiver mais acostumado a esse tipo de narrativa com certeza não terá esses percalços que eu tive.
Fora isso, o livro é surpreendente. Ele começa de uma maneira lenta, gradual, que segue uma linha reta sem tantos acontecimentos, até que o final chega de repente e você nem percebe. Fiquei muito chocada! mas não surpresa. Oi? É isso mesmo! A reta final realmente nos choca com os plots, mas não foi algo que eu não estivesse esperando vindo de personagens que são pouco confiáveis ao longo da leitura. 

Já é a terceira flecha consecutiva que erra, a primeira por distração, a segunda falta de mira e a terceira por falta de força. O equilíbrio destes três requisitos fará com que acerte o boneco em cheio, só o que falta é alcançá-los.

No fim, eu tive uma boa experiência com O corvo negro. Queria ter terminado antes, mas acredito que isso só aumentou a expectativa para terminar a obra. O livro retrata o período medieval, e lembra um pouco Game of Thrones devido a ambientação do lugar. Se você gosta do estilo, eu super indico a obra para vocês!

O castelo de Gor é grandioso, feito de aço negro misturado à pedra. As torres mais parecem lâminas de afiadas espadas negras cobertas pela neve. Uma estrada embranquecida, cercada por pequenos arbustos, leva até o prédio.

Trilogia das Plumas #1 | 360 páginas | Editora Flyve Editoral | Nota: 4/5

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19 comments on “O corvo negro – Lucas de Lucca | Resenha

  1. Puxa, eu amo uma boa fantasia, ainda quando todo o cenário é assim tão bem aproveitado. Eu nunca irei me cansar de aplaudir nossa literatura nacional e oh, o trabalho da Editora parece estar impecável também!!!
    Já vai pra listinha de mais desejados com certeza!!!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

  2. Fantasia é um dos meus gêneros literários preferidos. Adoro os mundos que os autores criam, as jornadas e tudo mais. Achei a premissa de O Corvo Negro muito interessante e saber que é nacional dá um gostinho a mais, né? Assim, esse negócio de trio realmente tem uma semelhança com Harry Potter, né? Mas fico feliz que o autor tenha conseguido inovar!

    Gostei dos personagens e da descrição deles, e suponho que também ia gostar muito mais da Merienir. É sempre bom saber que existem mulheres que fazem a diferença nesse estilo de livro, né? Eu também gosto muito desse lance de personagens que não são mocinhos, mas também não são 100% vilões. Costumo me interessar muito por esse caráter dúbio. Achei bem legal mesmo. :3

    Beijos,
    http://www.roendolivros.com.br/

  3. Além do gênero fantasia ser bastante cativador, o que mais gostei da sua resenha foi sobre os personagens serem diferentes do que já estamos acostumados. Além disso, adorei saber que o livro é nacional. Amei!

  4. MIRIÃ!
    Já gostei porque é uma fantasia medieval e deve trazer uma ambientação bem rica.
    Gosto de livros de fantasia, ainda mais quando um autor nacional se arrisca a escrever esse estilo, porque é bem difícil de prender o leitor se não for uma boa história.
    Gosto dos livros em terceira pessoa, ainda mais sendo uma fantasia, porque fica mais abrangente, não mostra apenas um ponto de vista.
    cheirinhos
    Rudy

  5. Olá,

    Não conhecia o livro, mas fiquei empolgada para ler.
    Como você disse, também nunca li um livro nacional sobre fantasia, mas esse parece ser bom. Vou dar uma chance para ele.
    Só de saber que a ambientação parece a de got, já fico animada.
    Obrigada pela dica.
    Beijos

  6. Olá Miriã!
    Confesso que pela resenha não achei nada de original na obra, que possui elementos já vistos e batidos em vários outros livros. Este conceito de personagens sofridos que passam a trabalhar como carrascos/espiões para o rei é beeeeem conhecido, mas mesmo não entregando nada de muito novo O Corvo Negro não parece deixar a desejar em termos de desenvolvimento de trama/personagem.
    Não ficou muito claro se a série possui algum aspecto mágico, mas acredito que se houvesse uma expansão do universo neste sentido, o autor teria várias possibilidades para explorar.
    Beijos.

  7. O livro é curto, mas minina… acontece bastante coisa. A linguagem é até simples, mas me incomodei um pouco pela pressa em algumas cenas serem descritas e a falta de outras. O final fiquei 'surprised but not shocked'.
    É uma fantasia nacional que faz gosto de acompanhar.

  8. Olá! Confesso que não conhecia o livro, mas em se tratando de um dos meus gêneros que eu mais gosto. Mas preciso admitir que a única parte que eu não gostei muito foi essa do João que gosta da Maria que gosta do José, ai ai ai esses pseudo triângulos sempre me tiram do sério, mas no geral o enredo conseguiu me empolgar sim, então partiu colocar na lista.

  9. Gostava bastante de ler fantasia, mas faz muito tempo que não pego uma. Gostei bastante do enredo e gostei que o leitor pode acompanhar o crescimento dos personagens no decorrer do livro. Fiquei super curiosa para saber qual foi esse final rsrs

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