Por causa de um erro que mudou completamente sua vida no passado, Kenna passou cinco anos na prisão. Os anos solitários só a fizeram ansiar por um momento: o dia que ela sairia dali e conheceria, pela primeira vez, sua filha.

Mas quando retorna à cidade onde tudo aconteceu, Kenna verá que recomeçar do zero será mais difícil do que ela imagina. Ainda mais quando todos acreditam que ela não tem nenhum direito de estar ali. Não pela dor que ela infligiu a eles no passado.

Uma segunda chance é uma história de superação, recomeço e perdão. A história não é nada difícil de entender, mas os sentimentos que ela desperta na gente são bastante complexos. É uma dualidade de sensações e pensamentos que ao mesmo tempo que torcemos para que Kenna possa ter sua redenção, também nos compadecemos pelas vítimas da tragédia que ela foi responsável.

Não é sobre quem está certo aqui. Todos, em algum momento, tomaram decisões ruins acreditando acharem ser a melhor solução. Mas nem sempre a consequência que essa decisão gera é agradável para os envolvidos. Por isso, Uma segunda chance é um livro que vai te fazer pensar bastante e vai te fazer se colocar no lugar dos personagens. Como você agiria? Qual seria a sua reação para cada situação?

Ver a dor, a tristeza e principalmente o sentimento de solidão e incompreensão que Kenna sente é muito devastador. Ela cometeu uma decisão ruim que mudou toda a sua história, mas até que ponto ela deve pagar por isso? Fiquei muito incomodada com a forma como as pessoas a julgavam, sem mesmo antes tentar entendê-la. E às vezes o Ledger me irritava com sua atitude dúbia, de acolhê-la e, ao mesmo tempo, afastá-la – mas pensando bem, ele representa exatamente aquilo que o leitor sente ao longo dessa história. Dúvida. Inconformidade. Confusão.

E é claro que eu torci muito para que tudo desse certo, porque eu realmente acho que todos mereçam uma segunda chance. A CoHo trabalhou muito bem toda a construção dos personagens e do relacionamento, mas também senti falta de ver mais da filha da Keena na história. E o final também, apesar de recompensador, ainda poderia ter sido melhor. Faltou drama e pra mim, CoHo é a personificação do drama.

Apesar das ressalvas, esse livro é lindo. Eu me envolvi completamente com a leitura e terminei em poucas horas. A escrita dessa autora é viciante e só queremos parar de ler quando terminar. Então, com certeza, é uma leitura que eu super recomendo. Amei bastante e tenho certeza que você também pode amar.