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Juntando os pedaços – Jennifer Niven | Resenha

Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.

Jovem Adulto, ficção, romance | 392 páginas | Editora Seguinte 

Libby Strout já foi conhecida por ser a Adolescente Mais Gorda dos Estados Unidos, e esse nome ficou marcado depois do episódio onde ela teve que ser resgatada de casa com a ajuda de um guindaste. Depois que sua mãe faleceu, Libby procurou descontar sua perda e frustração na comida, fazendo a pesar quase 300 kg, isso aos 13 anos de idade. Agora que perdeu boa parte do peso, ela terá que voltar a escola para cursar o ensino médio, o que aterroriza a garota. Será que as pessoas que estudaram com ela na infância conseguirão se lembrar dela? E se ela acabar sendo uma excluída, e pior, for alvo de bullying?
A vida dela acaba esbarrando com a de Jack Masselin, um garoto popular que estuda na mesma escola de Libby. O que ninguém sabe é que Jack tem prosopagnosia – doença que impede que a pessoa reconheça rostos, até mesmo das pessoas que ama -, e assim, Jack precisa definir identificadores para descobrir quem são as pessoas, como acessórios, cabelo, modo de andar e etc. Por medo de ser considerado estranho, Jack nunca confessou a ninguém que tem a doença, e tem medo de que sua vida social acabe se alguém descobrir. 
Foto por Leitora Encantada
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Os dois se conhecem em circunstâncias nada boas e eles acabam pegando detenção juntos. É conversando e se conhecendo melhor, que Jack e Libby percebem que a primeira impressão que fazemos das pessoas pode estar completamente errada, e que por detrás de toda popularidade, existe alguém que somente quer ser compreendido e amado.
MINHA OPINIÃO
Ganhei Juntando os Pedaços na Amazon e fiquei eufórica quando ele chegou lá em casa, mesmo pulando de alegria, confesso que demorei umas três semanas para começar a ler o livro. Fiquei com receio por causa de Por Lugares Incríveis, não queria ler algo que me fizesse ficar mal, mas mesmo com uma temática parecida onde dois adolescentes totalmente diferentes acabam se tornando amigos, Juntando os Pedaços nos reserva uma leitura calma e simples mas com diversas lições para levarmos na vida.
Libby é uma garota que foi muito atormentada pelo seu peso, mas agora que perdeu metade dele, ela está confiante que o ensino médio não poderia ser tão pior. O engraçado é que mesmo sofrendo bullying todos os dias e ouvindo piadinhas sem graça sobre seu corpo, ela não fica se lamentando pelos cantos, dando uma de coitadinha, pelo contrário, Libby mostra que ela é capaz de fazer qualquer coisa assim como todo mundo, que o fato dela ser gorda não a impede de tentar e realizar seus sonhos e que mesmo passando por tudo, ela não irá abaixar a cabeça para ninguém.

“Ninguém nunca mais vai me dizer que não consigo. Assim como ninguém devia dizer a você o que pode ou não fazer.”

Com certeza a Libby é uma daquelas adolescentes para se inspirar. O leitor fica completamente envolvido pela sagacidade dela, pela sua força e mesmo que ás vezes ela fraqueje, ela acaba dando a volta por cima. É uma personagem fofa, carismática, amorosa e amiga. É daquelas que você quer agarrar e meter um abração. O Jack, por sua vez, é um garoto bonzinho, que faz tudo o que esperam e o que mandam ele fazer, mas isso não impede ele de entrar nas maiores roubadas por causa de seus amigos. Mesmo não gostando de bullying e das brincadeiras de mau gosto que fazem, ele não faz absolutamente nada para mudar aquela realidade, fica na dele e não toma partido, como se isso pudesse desculpar as ações de seus amigos.
Foto por Leitora Encantada
O legal no livro é que ficamos sabendo mais sobre a doença dele e entendendo as emoções das pessoas que a possuem. Imagina olhar para sua mãe e não saber de verdade se essa é sua mãe ou não? Todas as pessoas tem um grande ponto de interrogação em seus rostos. Deve ser difícil para Jack carregar a doença sem contar a ninguém, ainda mais porque ele acaba fazendo muitas confusões por conta dessa condição.

“É como estar todos os dias em uma festa à fantasia onde todos esperam ser reconhecidos.”

Foto por Leitora Encantada
Achei a amizade de Libby e Jack muito envolvente e realista. Os dois não “se odeiam” propriamente dizendo, mas também não se gostam, porém, poucas palavras ditas já podem mostrar que eles tem uma conexão. Uma das coisas que mais gostei é que um ajuda o outro da sua maneira, mesmo tendo problemas diferentes e até mesmo visões diferentes sobre o mundo. O mais legal ainda é que Jack pode até ser um covarde pelo fato de não fazer nada para impedir que outras pessoas sofram com o preconceito e o bullying, mas assim que ele percebe isso, ele entende que precisa mudar e se deixar mudar. É lindo ver como ele consegue confiar na Libby e ser seu porto seguro e o quanto a Libby começa a ver Jack de outra maneira, não somente vendo o cara popular que ele aparenta ser.
A história em si é muito fofa e nos dá lição sobre o preconceito, auto aceitação, bullying, perdas, adolescência entre outros. É um livro maravilhoso para todos os amantes da leitura, contendo uma narrativa leve e envolvente. Se você quer se encantar com esta história, sugiro que leia logo e não perca mais nenhum segundo!
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21 comments on “Juntando os pedaços – Jennifer Niven | Resenha

  1. Oi, Mi, tudo bem?

    Eu não li esse livro porque achei a proposta dele muito surreal. Acho que a Jennifer quis repetir a comoção que PLI causou e meio que exagerou na ficção, se é que isso é possível. Uma criança de 13 anos chegar a pesar quase 300kg é bem exagerado, o corpinho e os órgãos não iriam aguentar tanta sobrecarga… outro problema que eu tenho é a prosopagnosia, muita gente não conhecia a doença até o livro ser lançado, mas eu a conheci através de um filme com a Mila Jovovich. Achei uma doença muito diferente e resolvi pesquisar sobre ela… e pelo que leio nas resenhas Jack não se encaixa no padrão
    Esse negócio de ser popular, praticar bullying e fingir que não tem doença alguma é bem destoante.
    Enfim, desculpe pelo comentário grandinho! Hahaha
    Eu não leria pq não curto a proposta da história, acho que a autora meio que forçou a barra, mas fico contente por você ter gostado e por ter tirado boas lições da história.

    Beijo
    – Tami
    http://www.meuepilogo.com

  2. Oi, Tamires. Relaxa, super entendo teu argumento. Acho que muitos autores gostam de colocar doenças e problemas para darem mais impacto a historia, eu particularmente gosto se isso não deixar a história pesada. Li o livro e gostei sabe? Talvez a premissa não convença muito, mas os personagens são bem cativantes e a escrita é muito leve, então dá para ler sim.
    Beijo!

  3. Hey, Mi!
    Se eu já estava ansiosa para ler esse livro, nem sei como me sinto agora! Você provou que o livro é exatamente aquilo que eu estava esperando e até um pouco mais. Acho que estou precisando de uma leitura assim por agora… Eu só enrolei com o livro por medo de como seria ler um livro da mesma autora de "Por Lugares Incríveis" haha. Mas agora estou mais calma com relação a isso.
    Mil beijokas – Entre um Livro e Outro

  4. Oi Miriã, que história linda, realmente uma lição de vida! Já estou apaixonada pela Libby haahaha sempre acho uma ótima fonte de inspiração essas personagens que encaram os problemas de frente.

    Blog aboutbooksandmore.blogspot.com.br

  5. Oi, Anya. Acho que a proposta do livro é bem verdadeira, ela é linda e chama muito atenção. Eu fiquei impressionada com a escrita da autora porque ela consegue mostrar muito bem que estamos lendo sobre dois adolescentes, porém com mesmos problemas que nós adultos. Eu ainda não li Por Lugares Incríveis mas já sei que ou ama, ou detesta, estou esperando somente o momento certo para embarcar na leitura.

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