
Em Belladonna acompanhamos a jovem Signa, que virou órfã e passou por vários tutores ao longo de sua vida. Infelizmente todos os seus tutores morreram cedo, tornando a Morte uma constante companhia.
Tendo uma grande bolada em dinheiro para receber assim que completasse seus 20 anos, Signa só precisa esperar alguns meses para enfim se ver livre dessa sina. Mas enquanto isso não acontece, a moça mais uma vez se vê indo morar na casa de parentes, dessa vez com a família Hawthorne, na Quinta dos Espinhos.
Chegando lá, Signa descobre que a mãe de seus primos morreu de uma doença misteriosa e que a filha deles está passando pelo mesmo. O marido, inconsolável com a perda da esposa, não sabe mais o que fazer além de esbanjar festas em sua homenagem.
Mas a presença de Signa na casa talvez tenha chegado em um bom momento. Isso porque ela não pode morrer e consegue viajar entre o véu dos vivos e mortos. E é assim que ela suspeita que a matriarca Hawthorne tenha sido envenenada.
Para descobrir o real culpado e impedir que aconteça o mesmo com a filha do casal, ela precisará aprender com a própria Morte os truques que envolvem seus poderes mágicos.
Confesso que eu esperava mais de Belladonna. Mas não posso culpar a autora por entregar aquilo que promete na sinopse. Mas, achei que a história seria abordada de uma forma diferente, e acho que foi a execução que não entregou tanto. O livro por si só é bem morno e um tanto raso. Realmente achei que o foco seria o relacionamento estranho de Signa com a Morte, mas a história é mais focada no mistério, que nem é tão interessante assim.
Signa é uma personagem que tem muito potencial, mas sinto que faltou desenvolvimento. Muitas vezes ela parecia com Evangeline de Era uma vez um coração partido, desesperada por afeto, a tornando uma personagem frívola em alguns momentos. Sua ansiedade em ser aceita pela sociedade é um pouco desgastante, mas a autora aborda essa característica ao longo da leitura.
A Morte foi o personagem que mais me envolveu, mas até ele carece de um aprofundamento maior. Toda a relação dele com Signa falta personalidade, e mesmo seguindo algumas fórmulas de fantasia em sua construção, eu senti que a autora poderia ter entregado mais, sabe?
Acho que aproveitei mais os 20% finais do livro do que todo o resto. A autora entrega algumas reviravoltas que dão uma sacudida no enredo, o que tornou minha experiência melhor. Mas Belladonna se resume em um livro com muito potencial, só que mal aproveitado. Mesmo com as ressalvas, quero ler a continuação pois me interessei e acredito que posso ter uma experiência melhor.