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Abandonei sem dó: Magia das Marés

Quem lembra do quadro Abandonei sem dó aqui do blog? Esse é um tipo de post reservado a conversar sobre livros que abandonei durante a leitura e explicar o porquê fiz isso. Fazia tempos que eu não trazia esse post para o blog, mas resolvi voltar depois de ter abandonado mais uma leitura nos últimos dias. O livro é Magia das Marés da Pascale Lacelle, uma fantasia dark academia publicada pela editora Intrínseca.

Em um universo em que poderes mágicos são determinados pelas fases da lua, Emory Ainsleif nunca foi especial. Ao contrário da melhor amiga, Romie, a jovem nunca chamou a atenção na prestigiada Academia Aldryn. Ainda assim, ela foi a única sobrevivente de um estranho ritual.

Meses antes, nas cavernas perto da faculdade, Romie e outros sete estudantes perderam a vida, afogados por uma maré traiçoeira. Emory, por sua vez, ganhou uma misteriosa marca no pulso e uma magia mais sombria, poderosa e perigosa do que qualquer outra.

Devastada pelo luto, a garota está determinada a descobrir a verdade. Para isso, ela precisa aprender a controlar sua nova magia, e pede a ajuda de Baz, irmão de Romie, um jovem atormentado e recluso que conhece muito bem as consequências fatais das magias sombrias.

Pouco a pouco, Emory começa a desfiar a teia de mistérios que cercam a morte da melhor amiga. Quando seu caminho cruza com o de Keiran, um veterano com sede de poder, ela faz descobertas chocantes sobre uma sociedade secreta, um livro com um epílogo perdido e uma canção que parece atrair pessoas para as profundezas do oceano.

Sem saber em quem confiar, Emory tem uma suspeita cada vez maior de que precisará voltar para as cavernas onde tudo começou… e das quais talvez não consiga escapar outra vez.

Com cenários deslumbrantes e personagens magnéticos, Magia das marés é a estreia na literatura de Pascale Lacelle. Uma história sobre luto, amizade, amor e o poder implacável e frágil do destino.

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Magia das Marés nos apresenta um universo onde a magia das pessoas é regida pela lua e a maré no dia de seu nascimento. A partir desse alinhamento você descobre a que casa pertecence, Lua Nova, Cheia, Minguante ou Crescente, e qual será seu tipo de magia dependendo da maré. Emory nasceu na Lua Cheia e é uma Curadora, capaz de curar qualquer ferimento em uma velocidade impressionante. Mas ela só pode acessar essa magia durante a lua cheia, assim como os outros agraciados com esse poder. E sendo uma Curadora com um nível irrisório de magia, ela sempre sentiu que precisava batalhar duas vezes mais para conseguir as coisas, diferente de sua melhor amiga Romie, que era uma exímia Sonhadora, regida pela Lua Crescente.

A amizade das duas se destacava pela diferença entre suas personalidades. Enquanto Romie era vibrante, divertida e encantava todos à sua volta, Emory era tímida e tentava ao máximo não se destacar. Quando as duas são admitidas na Academia Aldryn, Emory acreditava que esse seria o começo de uma nova história, mas ao presenciar um estranho ritual em uma das cavernas perto da faculdade, Emory descobriria que sua jornada ali estaria muito longe de ser fácil.

Todos sabiam do estranho poder que corria em Dovermere, mas ela jamais imaginou que oito calouros estariam dispostos a correr o risco de se afogar nas cavernas para completar um ritual, incluindo sua amiga Romie. Infelizmente as coisas deram errado e todos os alunos acabaram mortos, exceto Emory, que foi a única que conseguiu sobreviver.

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Prestes a iniciar mais um ano na academia, Emory ainda é assombrada pelos acontecimentos estranhos do ano anterior. A culpa pela morte da amiga ainda ressoa em seus ossos e ela está disposta a encontrar respostas. Que ritual era aquele que Romie e os outros alunos estavam fazendo? Por que ela foi a única sobrevivente? É assim que ela se vê atrás de Kieran, um aluno veterano que a encontrou na noite do afogamento, e que possui a mesma marca estranha que ela ganhou após o ritual. Ele parece ter as respostas que ela precisa, mas como conseguir forçá-lo a falar?

Enquanto procura respostas, Emory também se junta a Baz, o irmão mais velho de Romie. Regido pelo Eclipse, Baz sabe que sua magia é vista como poderosa por muitos, mas também perigosa, o que o faz viver excluído dos outros alunos. Após o Colapso de seu pai, quando a magia do eclipse dominou sua mente, ele faz de tudo para não ter o mesmo destino que o dele. Mas isso requer um esforço maior já que a magia para aqueles nascidos no Eclipse é acessada a qualquer momento, diferente dos outros ciclos da lua, e por isso ela é tão perigosa. Ao descobrirem que a estranha marca no pulso de Emory fez com que ela tivesse acesso a magia do eclipse, ele concorda em ajudá-la a controlar seu poder.

Tentei explicar ao máximo o enredo de Magia das Marés sem relevar muito da história, mas esse é basicamente o enredo que teremos nesse livro. Eu achei a escrita da autora muito boa, tanto que li até 50% da história bem rápido. O sistema de magia que ela criou aqui é muito interessante e cheio de detalhes. Há também um livro dentro do enredo que embasa a mitologia da autora, e com certeza esse sistema de magia foi o ponto de destaque da história.

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O livro é dividido nos pontos de vista da Emory e do Baz, que são personagens bem diferentes um do outro, apesar de terem certa similaridade. O Baz com certeza foi o personagem favorito para mim. Ele é tímido assim como a Emory, mas é do tipo que odeia se destacar e prefere ficar sozinho com seus livros. Sua personalidade é mais reclusa e ele jamais quebra as regras, até porque tem um motivo forte para isso, mas ao longo da história ele vai ser constantemente confrontado por sua inércia e sendo obrigado a tomar atitudes se quiser fazer algo a respeito da morte de sua irmã, que é envolta em mistérios. Uma coisa que gostei nele foi a lealdade que ele possui, mesmo que seu círculo de amigos se resuma a apenas duas pessoas.

Já a Emory se tornou um ponto delicado para mim. No início eu gostei dela, mas achei essa comparação constante com Romie um pouco obsessiva. Parecia até que a amiga ainda estava viva de tanto que a Emory cita ela no começo da história. E sim, eu sei que a autora quis mostrar o poder e a importância dessa amizade para o leitor, já que será por causa da morte da amiga que a jornada da protagonista vai se desenrolar, mas o pouco que eu soube a respeito da Romie antes de morrer, eu sinceramente não gostei. Achei essa personagem bem filha da puta, isso sim. Ela e Emory tinham se afastado bastante no primeiro ano de faculdade, e suas atitudes se tornaram bem suspeitas. Parece que ela emite uma vibração estranha para o leitor e você não sabe se podia ou não confiar nela, sabe? Se você já leu Cidade da Lua Crescente, você vai lembrar bastante da Danika ao pensar na Romie.

Mas o que de fato me incomodou na Emory foi o quanto suas motivações para fazer o que faz são fúteis. A autora tentou vender que suas escolhas se deviam a honrar a morte da melhor amiga e descobrir uma forma de evitar que outras pessoas tenham o mesmo destino, mas o que ficou parecendo foi que a personagem tava querendo seus 5 min de fama em cima da morte da amiga. Ao longo da leitura nós descobrimos que existe uma sociedade secreta que a Romie queria entrar, e mesmo sabendo que o destino da amiga foi a morte, Emory não hesita duas vezes em seguir os mesmos passos da amiga, ansiosa para mostrar que ela sim conseguiu fazer aquilo que Romie não conseguiu. Parecia que a personagem queria se destacar de alguma forma, mostrar que ela não era tão simplória quanto ela mesmo se sentia, comparado-se a melhor amiga, que sempre foi “incrível”, então quando ela tem a chance de fazer isso, ela tá pra cima e pra baixo mostrando o quão incrível ela pode ser também. Ao invés de ter medo do que os poderes que conseguiu possam ocasionar, ela fica deslumbrada e tentando arranjar uma forma de lucrar com isso.

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Sem contar a falta de química absurda entre ela e Kieran, que é um personagem que a autora tentou fazer ser interessante e misterioso, mas que não causa nenhum pingo de excitação ou curiosidade no leitor. Eu juro que preferia todos os capítulos do Baz e acompanhar a jornada dele, do que ficar vendo a mocinha interagir com o Kieran e a autora forçando uma faísca que nunca esteve lá.

Mesmo o palco de fundo sendo muito interessante, ter esse ar de mistério a ser resolvido e o Baz ser um personagem que cativa você, não é o suficiente para continuar aguentando as decisões de adolescente que a protagonista Emory tem. Agora que ela conseguiu ser aceita na tal sociedade secreta, a personagem tá num deslumbramento absurdo, sendo manipulada de uma forma tão fácil que dá vergonha. É uma protagonista que sinceramente não me agradou e faltou maturidade, sabe? Achei os capítulos dela depois de certo tempo um porre, e isso deixou a leitura cansativa e o ritmo lento, diferente do começo da leitura. Então acabei simplesmente desistindo de ler porque sinto que se eu forçar, eu vou entrar em uma ressaca literária.

É uma pena porque gostei da escrita da autora e do universo que ela criou, mas as escolhas que ela fez pra protagonista não foram as melhores e acho difícil você ler o livro sem revirar os olhos para a Emory.

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