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Se não houver amanhã – Jennifer Armentrout | Resenha

Lena Wise está sempre ansiosa pelo dia seguinte, especialmente porque está começando o último ano da escola. Ela está decidida a passar o máximo de tempo possível com os amigos, completar as inscrições da faculdade e talvez informar seu melhor amigo de infância, Sebastian, sobre o que realmente sente por ele. Para Lena, o próximo ano vai ser épico — um ano de oportunidades e conveniências.Até que uma escolha, um instante… destrói tudo.Agora Lena não está ansiosa pelo dia seguinte. Não quando o tempo que dedica aos amigos pode nunca mais ser o mesmo. Não quando as inscrições para a faculdade podem ser qualquer coisa, menos viáveis. Não quando há o risco de Sebastian jamais perdoá-la pelo que aconteceu.Pelo que ela permitiu que acontecesse.À medida que sua culpa aumenta, Lena está ciente de que sua única esperança é superar o ocorrido. Mas como é possível seguir em frente quando a existência inteira, tanto dela quanto a de seus amigos, foi transformada?Como seguir em frente quando o amanhã sequer é garantido?

Jovem adulto | 384 páginas | Editora Universo dos Livros 

Lena Wise é uma garota que está ansiosíssima para curtir o último ano do ensino médio. Ela sempre fez planos, e eles incluem curtir o resto do verão com suas melhores amigas Megan, Dary e Abbi, e tentar não se declarar para o seu melhor amigo, Sebastian, de quem gosta desde que se entende por gente. Se tudo der certo, a garota quer ir para a Universidade de Virgínia, e se ela fosse um pouquinho melhor no vôlei quanto sua amiga Megan, ela poderia até conseguir uma bolsa de esportes lá.
Mas a vida de Lena muda drasticamente quando ela toma uma decisão ruim. Uma decisão que não somente muda sua vida mas também a de seus amigos. Agora a culpa, o luto e a vontade de deixar tudo para trás afasta cada vez mais Lena de quem se importa com ela. A garota se fecha em uma bolha e seu processo de recuperação não tem sido nada fácil. Todos dizem que ela não tem culpa de nada, mas a maioria não sabe o que ela poderia ter feito naquela noite. Resta saber se ela conseguirá ser forte o suficiente para seguir em frente, ou se essa culpa irá acabar de vez com sua vontade de esperar o amanhã.
Se não houver amanhã é mais um livro jovem adulto da autora Jennifer Armentrout, mas diferente de O problema do para sempre, esse livro tem uma carga dramática muito maior, isso porque iremos debater sobre o luto, culpa e por uma situação que muitos jovens passam por aí. O ponto principal dessa história é que todas as nossas decisões tem consequências, mas elas não nos definem. É claro que podemos evitar a maioria delas se tomarmos a decisão certa para uma determinada situação, mas se culpar e se deixar amargurar em dor não é a resposta.
É óbvio que não vou contar o que realmente acontece com a Lana porque essa é a graça da história, então vocês podem até suspeitar, mas quero que tenham essa experiência crua sozinhos. O livro começa com Lena no hospital sem se lembrar de nada do que aconteceu, então iremos voltar alguns dias antes dessa cena toda acontecer.
Lena é uma garota divertida, delicada, que tem vários amigos, não é retraída como a maioria dos protagonistas de jovem adulto (amém) e nutre uma paixão fortíssima por seu melhor amigo, Sebastian. Ela é uma adolescente muito fácil da gente se identificar porque ela sofre com os mesmos medos e problemas, além de ser uma pessoa cativante.
Sebastian apesar de não ser o foco é uma pessoa que aparece muito, não somente por ser o par romântico da protagonista e melhor amigo dela, mas por ele ser o grande forte que vai ajudá-la a superar tudo aquilo que aconteceu. Sua obstinação e vontade de ajudar Lena é transmitida em todas as partes da história. O leitor sente na pele todo amor, devoção e preocupação que ele sente pela garota, e confesso que se não fosse por ele, Lana acabaria se tornando uma personagem chata e amargurada, porque depois do que acontece a ela, a personagem se fecha completamente, então é Sebastian que tenta tirá-la da concha e mostrar que apesar de tudo, ela ainda está vivendo e precisa encarar isso.
Esse é um dos pontos que a autora bate. Quando nos sentimos culpados por algo, a gente se sente mal em se sentir feliz ou por acharmos que estamos seguindo em frente rápido demais, como se não pudéssemos mais viver depois que uma tragédia aconteceu. Jennifer mostra que apesar de toda dor, luto e sentimento de culpa, a vida realmente continua. O ser humano não pode estagnar a vida por causa de uma situação, e muito menos se negar a viver momentos de felicidade por achar que isso não é certo porque não tem outra pessoa lá para participar desse sentimento. O negócio é que apesar de tudo, devemos seguir em frente, mas cada um a seu tempo. Ninguém quer que as pessoas vivam em autocomiseração, então não sejamos essa pessoa.
Abaixo vou comentar um ponto crucial da obra mas que é spoiler, então você leia se quiser saber ou se já tenha lido o livro e também queira opinar.
Achei vital que a autora trouxe a questão de jovens consumirem álcool e pegar o volante mesmo sabendo os riscos e implicâncias que isso poderia acarretar. Quantas vezes a gente vê acidentes sendo noticiados por que alguém ingeriu bebida alcoólica e resolveu dirigir mesmo assim, acabando por matar pessoas ou até mesmo morrer devido a isso? É um número alarmante de casos e a Jennifer não somente traz isso para a história mas também fala sobre quem deve ser responsabilizado. Será que é o garoto que bebeu e que resolveu dirigir? Claro que a culpa é dele também, mas há outros lados da questão como os outros amigos que também estavam bêbados e entraram mesmo assim no carro, ou a garota que estava sóbria e que não insistiu em dirigir porque não queria ser considerada “a chata”. Será que a culpa é também dos pais do garoto que estava dando a festa onde tinham bebidas alcoólicas sendo distribuídas? Eles também devem ser responsabilizados? Um ponto que vou ressaltar aqui e que a autora tocou profundamente é que todos tem culpa parcialmente da situação. Se uma pessoa bebe ou sabe que alguém ingeriu bebida e ainda assim arrisca a ir no mesmo carro que ela, essa pessoa também tem culpa assim como os pais do colega que fez a festa e permitiu que eles ingerissem bebidas alcoólicas. O que as pessoas não entendem é que muitos tem sorte. Fazem a mesma coisa todos os dias, não pensam nas consequências e quando algo acontece, elas tentam se isentar da culpa jogando a responsabilidade para quem estava dirigindo, afinal, foi ele que matou as pessoas. Mas quer saber? O fato de alguém ter sorte não tira a responsabilidade que essa pessoa poderia ter se caso algo grave acontecesse. Então não adianta ficar olhando só um lado da história e jogar a culpa nas pessoas e esquecer que você faz a mesma coisa, a diferença é que você não bateu o carro e não matou ninguém. Mas quem garante que isso não pode acontecer?
Enfim! Como comentei, a trama tem uma carga pesada, alguns momentos foi difícil de continuar a história porque eu não aguentava tanto drama. Outra coisa que me irritou um pouco foi a infantilidade da Lena pra lidar com a situação. É claro que ela passou um trama e se sente culpada, mas afastar as pessoas e não conversar sobre isso é a pior forma de lidar com a situação. Se as pessoas entendessem que o melhor processo de cura é se deixar sentir a dor, tenho certeza que a ferida se sararia muito mais rápido do que o esperado.
Se não houver amanhã é um livro lindo, que fala sobre um tema importantíssimo que precisa ser mais abordado nas obras, porque mesmo com tantos avisos, comerciais sobre essas coisas, muita gente ainda não se importa e acha que nunca vai acontecer com ele. O problema do ser humano é acreditar que nós seremos sortudos ao ponto de nenhuma tragédia nos atingir, e caramba, estamos muito errados nisso. Espero que vocês possam ler essa história e se emocionar com ela assim como eu.

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12 comments on “Se não houver amanhã – Jennifer Armentrout | Resenha

  1. Olá, Miriã.
    Eu tenho esse livro aqui na estante, mas ainda não li. Ele veio em um das caixas literárias que eu assino e confesso que nem percebi que tinha marcado esse gênero porque eu não sou tão fã hehe. Mas gostei de saber sobre o que o livro aborda. Li os spoilers porque eu não ligo, e acho um absurdo as pessoas acharem que com ela vai ser diferente. Até o dia quem que acontece uma tragédia. Eu não bebo, mas se bebesse eu nunca assumiria esse risco de matar. Ainda mais que hoje tem uber para quem quer beber.

    Prefácio

  2. Oie
    Vc conseguiu me deixar mega curiosa pra saber o que aconteceu com Lena. Parece ser um livro muito bom, adorei tuas ressalvas.

    Beijinhos
    diariodeincentivoaleitura.blogspot.com

  3. Oi, Miriã! Tudo bem?

    Eu não sei se é este livro qe minha mãe sempre fala que é muito bom, mas acho que não, só que então eles tem o mesmo nome. Enfim, ambos parecem muito bom.
    Eu já tinha visto fotos deste livro no instagram e por ser jovem adulto, não me interessei porque como você falou, já estou cansada dos protagonistas de Jovem Adulto são a mesma coisa, por isso fiquei feliz por você dizer que esta protagonista não é (amém!).
    Sinceramente, achei legal abordar esta questão de nós sentirmos que é errado ser feliz depois de uma tragédia. Talvez seja bobo comparecer, mas há dois anos, quando minha avô faleceu, eu me lembro de uns três dias depois, estar com uma amiga e rir e, por um momento, aquilo me fez mal porque na minha cabeça ainda era cedo para que eu pudesse simplesmente rir com algo. Enfim, talvez seja idiota eu estar comparando isso, mas fiquei feliz pelo livro abordar essa questão. Vou tentar lê-lo e espero gostar!

    Beijos,
    Blog Magia é Sonhar
    Canal Magia é Sonhar

  4. Oi, Mi! Tudo bom?
    Nunca li nada da autora e lembro de ter ficado um pouco curiosa com esse título uns tempos atrás, mas a curiosidade meio que passou.
    Li os spoilers que tu citou pra entender um pouquinho melhor do peso da trama e, realmente, soa bastante impactante. Não sei se leria por agora, mas vou deixar na wishlist pra adquirir futuramente!

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    http://www.queriaestarlendo.com.br

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