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As mil partes do meu coração – Colleen Hoover | Resenha

Autora best-seller do New York Times aborda relacionamentos e transtornos mentais em uma narrativa que discute os limites do que é normal.
Para Merit Voss, a cerca branca ao redor da sua casa é a única coisa normal quando o assunto é sua família, peculiar e cheia de segredos. Eles moram em uma antiga igreja, batizada de Dólar Voss. A mãe, curada de um câncer, mora no porão, e o pai e o restante da família, no andar de cima. Isso inclui sua nova esposa, a ex-enfermeira da ex-mulher, o pequeno Moby, fruto desse relacionamento, o irmão mais velho, Utah, e a gêmea idêntica de Merit, Honor. E, como se a casa não tivesse cheia o bastante, ainda chegam o excêntrico Luck e o misterioso Sagan. Mas Merit sente que é o oposto de todos ali.Além de colecionar troféus que não ganhou, Merit também coleciona segredos que sua família insiste em manter. E começa a acreditar que não seria uma grande perda se um dia ela desaparecesse. Mas, antes disso, a garota decide que é hora de revelar todas as verdades e obrigá-los a enfim encarar o que aconteceu.
Mas seu plano não sai como o esperado e ela deve decidir se pode dar uma segunda chance não apenas à sua família, mas também a si mesma. As mil partes do meu coração mostra que nunca é tarde para perdoar e que não existe família perfeita, por mais branca que seja a cerca.

Deu a louca e eu consegui ler dois livros da CoHo em menos de um mês! Pois é, eu basicamente li esse livro em exatas 6h de tanto que eu fiquei envolvida com essa história. Não é de longe tão pesada quanto outros demais da autora, mas também há sua cota de drama tão característico da Colleen. E é por isso que eu gostei muito mais desse livro do que dos outros dois que li antes, porque ele traz personagens jovens do tão adorado YA e também muitos ensinamentos. 
E se tem uma coisa que eu posso dizer sobre Merit é que a família dela é muito fodida. Nossa senhora, imagina o tanto de problema e segredos que uma família pode guardar? Então, parece que a família Voss passou da cota. Não é somente pelo fato da mãe dela estar morando no porão da casa, enquanto o pai mora com a nova mulher na parte de cima. Isso já é estranho por si só, mas é que  existem coisas mais bizarras ainda acontecendo na casa.
E tudo piora quando Merit acaba se sentindo atraída pelo namorado da irmã gêmea, Honor. O sentimento de inveja é muito latente na garota e isso a faz se detestar, mas ao mesmo tempo ansiar “roubar” o boy da irmã. É confuso, eu sei! Mas CoHo não escreve nada a toa e aos poucos a gente vai entendendo tudo se colocando no lugar: os segredos, as mentiras e as suposições.
Esse livro é sobre saúde mental. Ele nos mostra de maneira simples e direta como alguns distúrbios mentais, incluindo a depressão, se apresentam nas pessoas. Algo que começa muito sutil, mas que logo se transforma em algo tão grande capaz de destruir a vida de alguém. Não é leviano o texto, e sim muito perspicaz e até educativo. É extremamente importante mostrar como identificar essas doenças o quanto antes para que possamos ajudar pessoas que passam por essa situação, e principalmente mostrar todo o apoio, ainda mais no caso da depressão onde muitos não admitem ou não entendem a forma como a doença se manifesta e até acreditam não estarem depressivos.

Depressão não significa necessariamente que uma pessoa é triste ou suicida o tempo todo. A indiferença também é um sinal de depressão.

Todo o livro é narrado pela Merit, e é fácil entendermos seus problemas e suas inseguranças. Ela se sente sufocada pelos segredos dos outros que precisa guardar, mas ao mesmo tempo sente que não é importante para eles. Dá pra perceber o quanto ela precisa do carinho e apoio da família e o quanto se frustra e se resguarda em si mesma quando não consegue. A princípio eu não gostei muito do Sagan. Achei estranho o envolvimento dos dois, principalmente porque Merit parece muito obcecada por ele, mesmo sem conhecê-lo muito. Mas como eu disse, nada que CoHo escreve é por acaso (entendam isso!). Com o passar do tempo eu fui me deixando envolver pelo personagem e achei que ele foi um dos poucos que se mostrou forte o suficiente para estar com Merit quando tudo rui ao redor dela.

Uma pessoa não pode evitar a sua atração por outra pessoa, mas uma pessoa pode evitar suas ações em relação a outra pessoa.

Eu confesso que senti muita raiva da Honor, do Utah (ambos irmãos da Merit) e principalmente do pai e da mãe, e também da madrasta Victoria. No fim só sobrou o Sagan pra gostar hsuahsausha mas é que eles a tratam com tanta indiferença durante a história que dá pra perceber o quanto Merit se sente deixada de lado e magoada. Sem contar que Honor se mostra extremamente egoísta boa parte do tempo, e o pai delas toma tantas decisões controversas… nem a mãe dá pra entender! 

Suas emoções e reações são válidas, Merit. Não deixe que ninguém lhe diga algo diferente. Você é a única a senti-las.

Quanto mais segredos são revelados, mais tensão a obra carrega. No final eu já tava com lágrimas nos olhos de tanta emoção. Acho que o mais importante nessa obra é saber que nem todos são mocinhos e muito menos vilões. Cada personagem tem partes boas e ruins, e nenhum possui uma verdade absoluta. Comecei odiando alguns, depois amando outros. É um livro que me prendeu do início ao fim, me deixou estática com toda a carga emocional que foi jogada sobre as páginas. Eu adorei e com toda certeza indico!

As mil partes do meu coração | 336 páginas | Editora Galera Record | Nota: 5/5

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9 comments on “As mil partes do meu coração – Colleen Hoover | Resenha

  1. Nossa, eu ODIEI os irmãos da Merit. Aquela Honor é infantil, mimada, egoísta e uma escrota. Era muito desnecessário o jeito como ela tratava a Merit durante a história, como se sentisse superior à irmã em tudo.
    Já o Utah, nem se se fala. Ele BEIJOU a própria irmã na boca, nunca pediu desculpas e olhou pra ela durante anos como se ELA fosse a culpada. Na minha opinião, o livro passou pano pro assédio sexual, sei lá, eu senti que o assunto foi tratado como algo pequeno e simples, sabe? Tanto que foi só o Utah conversar com a Merit e pedir desculpas que tudo foi resolvido rápido e simples demais. E ele só pediu desculpas porque a Merit revelou o segredo na carta, imagina se ninguém nunca soubesse, ele não ia se desculpar nunca…
    Com uma família dessa, quem não tentaria suicídio? Pra mim, os únicos que se salvam ali são a Merit, o Moby e o Luck. Não gostei muito do Sagan, achei o romance dele com a Merit forçado demais.

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