Corrie Mejía é uma arqueóloga de sucesso na Universidade de Berkeley, onde trabalha. Suas expedições repletas de perigos e aventuras a fizeram ser uma lenda nos círculos da Arqueologia, o que pode ser bom e ruim, já que muitos ainda não a levam a sério por causa disso. Quando um homem estranho surge em sua sala lhe oferecendo a chance de mudar isso, ela não pensa duas vezes ao aceitar.
Existe uma expedição no México para encontrar os restos mortais de Chimalli, um importante guerreiro asteca, que Corrie passou boa parte da vida pesquisando. E ela acabou de ser convidada para ser parte da equipe, mas o que poderia ser a aventura de sua vida já se mostra um desafio quando ela descobre que precisará trabalhar com Ford Matthews, um antigo companheiro da pós-graduação, e seu maior rival no meio acadêmico.
No passado, Ford e Corrie até tentaram ser próximos, mas as coisas deram muito errado, o que gerou um ranço enorme dela por ele. Agora que terão que ficar isolados no México por sabe se lá quanto tempo, essa animosidade vai ficar cada vez mais evidente, ainda mais porque eles trabalham de formas muito diferentes, o que torna a convivência mais difícil ainda. Porém, se quiserem encontrar o que foram procurar ali, as mágoas terão que ficar no passado, mas será que eles conseguem?
Os caçadores do coração perdido foi uma leitura mega divertida e que passou voando. Uma trama simples e cheia de aventuras que calha para qualquer momento, então para aqueles que precisam intercalar com leituras mais densas ou estão saindo de uma ressaca literária, essa é uma boa indicação.
Corrie é uma personagem cheia de bravura e muito ímpeto, o que sempre a ajudou bastante ao construir a sua reputação na Arqueologia, mas também trouxe certos problemas para ela. O fato de a verem apenas como uma Lara Croft da vida real e não a levarem a sério no trabalho, é algo que a magoa muito, e por isso essa expedição se torna tão importante. O mesmo acontece com Ford, que apesar de ter uma carreira respeitável no âmbito acadêmico, está passando por algumas dificuldades na vida privada. Após a morte repentina do pai que trouxe mais dívidas do que ele esperava, a mãe está doente e precisa de tratamentos caros que ele não consegue bancar. Se caso ele e Corrie encontrarem os restos mortais de Chimalli a tempo do investidor se sentir satisfeito, o dinheiro que ambos vão levar irá ajudá-lo e muito nessa.
O problema é que as escavações não estão levando a nada e parece que eles estão mais longe de encontrar uma saída do que nunca. E é aí que o personagem precisará ceder e deixar Corrie assumir o controle se quiser salvar essa expedição. O que não será fácil dado que ela deixa claro em todos os momentos que o odeia. E nisso o leitor vai descobrindo o que aconteceu com eles no passado, ao mesmo tempo que vemos essa tensão entre eles ficar cada vez maior com o passar dos dias.
Apesar de não ter o pulso tão firme quanto Corrie, Ford é um personagem sensível que tem grande crescimento na história. Ele cometeu muitos erros e ainda os comete, mas sempre tentando tomar a decisão que considera certa. O constraste entre ele e a mocinha é gritante e talvez seja por isso que eles sejam tão incríveis juntos. Amei a construção deles e o desenrolar do romance que acontece de forma bem natural. Temos cenas quentes que deixam o livro mais gostoso ainda, e a escrita da Jo não decepciona.
O livro tem um ar de aventura muito a cara de Indiana Jones e Jumanji, e eu me senti em uma aventura daquelas. Perto do final algumas coisas suspeitas vão acontecendo, deixando a trama mais rápida e dinâmica. Foi uma leitura muito gostosa e que eu aproveitei bastante, mesmo não tendo tantos aprofundamentos assim. Recomendo muito!
