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Quando tudo faz sentido – Amy Zhang | Resenha

Sinopse: Liz Emmerson é uma garota popular no colégio e tem uma vida aparentemente invejável. Por que ela tentaria tirar a própria vida, simulando um acidente de carro depois de assistir a uma aula sobre as Leis de Newton? Neste surpreendente romance de estreia, Amy Zhang, que nasceu na China e mora no estado de Nova York, aborda temas como abandono, bullying, depressão e suicídio com uma narrativa crua e pungente que vai arrebatar os fãs de obras como As vantagens de ser invisível, Nuvens de Ketchup e Meu coração e outros buracos negros, entre outros. Na trama, Liz é resgatada por Liam, um garoto que ela sempre desprezou, mas talvez uma das poucas pessoas ao seu redor capaz de enxergá-la além das aparências. Envolvente e emocionante, o livro – que prende também pelo mistério se a protagonista vai ou não sobreviver (e que só é revelado no final) – mostra a fragilidade, a solidão e os dilemas dos jovens de forma sensível e sincera.

Drama, ficção, jovem adulto | 320 páginas | Editora Rocco 

Apesar de aparentar uma vida invejável, Liz Emmerson não se sente feliz. Órfã de pai e uma mãe ausente, ela não se sente merecedora do mundo. Como acabar com toda dor e sofrimento que ela traz para as pessoas à sua volta? Disposta a dar um fim a tudo isso, ela resolve tirar sua própria vida, simulando um fatídico acidente.
O plano era perfeito, mas Liz não esperava que fosse ser resgatada por Liam, um colega do colégio que sempre foi apaixonado por ela mas que a garota um dia desprezou. Em estado crítico no hospital, a vida da menina vai se esvaindo enquanto todas as pessoas que se importam com ela relembram o motivo de Elizabeth ter virado essa garota que se tornou hoje. Tudo depende de Liz agora, mas será que ela quer sobreviver?

MINHA OPINIÃO

Fazia tempo que eu não lia um livro tão intenso quanto Raio de Sol, mas assim que terminei Quando tudo faz sentido, tive a certeza que este é um dos queridinhos que levarei para a vida, e claro, indicarei ao máximo de pessoas que puder. Amy Zhang aborda em sua história temas como suicídio, bullying, aborto, drogas, bulimia, entre outros.
A história é contada pela amiga imaginária de Liz, que ela tinha quando era criança. Não sabemos seu nome, somente percebemos que a narradora é uma personagem-observadora, ela nos mostra vários pontos de vida daqueles que passaram pela vida de Liz, seja suas amigas, Julia e Kennie, seja Liam ou a mãe dela. Eu amei esse detalhe porque tudo o que se passa ao leitor é intenso e profundo, já que a narradora também não quer que Liz morra no final, e é partir dela que conhecemos melhor nossa protagonista, pelos olhos de sua amiga  imaginária.
Foto por Prazer, me chamo Livro
Liz é a garota mais popular do colégio. Liz é a famosa garota estereotipada sendo amada e odiada por todos. Ela levava uma vida regada a bebidas, muitos amigos e festas, mas por dentro, Liz se sentia sozinha e vazia, o silêncio em sua casa a incomodava e ela não fazia ideia de como mudar isso. Apesar de ser amada por suas amigas, Liz era uma garota má, magoava a todos que pudesse dizendo coisas horríveis, e mesmo que soubesse que no fundo ela não se sentia bem fazendo tal coisa, era algo que já não podia controlar.
Até que um dia, uma de suas melhores amigas, Julia, lhe joga uma verdade na cara:

“Eu não arruinei minha vida, Liz. Foi você”.

Essa foi a confirmação que Liz queria para cometer suicídio. Em sua cabeça ela destruía o mundo das pessoas e se ela morresse, tudo poderia ficar melhor. Para isso, ela escolheu um determinado dia, o dia que seu pai morreu – assim sua mãe não teria dois dias de luto em sua vida – para sofrer um acidente de carro. Mas Liam, um garoto que sempre parecia olhar através de Liz, viu tudo e chamou uma ambulância.
Entre a vida e a morte, sua amiga imaginária vai nos mostrando como Liz deixou de ser uma garotinha sonhadora para essa pessoa cruel que ela é hoje. Vemos todas as formas como ela praticou bullying com quem realmente se importava com ela, como Liam, e como ela acabou fazendo suas melhores amigas tomarem decisões ruins e precipitadas.
Foto por Território Geek Nerd
Confesso que na maioria do tempo eu desejava que Liz morresse, não porque ela fosse uma pessoa ruim, até porque todos nós erramos, mas porque a dor dela e o vazio que ela sentia era tão grande, que eu queria que a personagem parasse de sofrer. É um sofrimento que transpassa ao leitor de uma forma cruel, mas isso não quer dizer que o suicídio é a melhor opção para sair disso. Liz é uma personagem que mostra que vários adolescentes por aí passam pelos mesmos problemas e situações, mas que não tem coragem de contar isso a ninguém ou de conversar a respeito, assim, estas pessoas acabam se afundando cada vez mais em si mesmos, até que começam a achar que dar um fim a vida seja a solução. Digo-lhes: suicídio nunca será uma solução!
Apesar da trama girar em torno desse tema, a Amy colocou um grande peso da narrativa no bullying e na forma como ele pode modificar as pessoas, da pior maneira possível. Os personagens aqui são muito bem construídos, e até as melhores amigas de Liz, Julia e Kennie, tiveram um grande destaque. No começo não gostei delas porque obviamente elas não eram boas pessoas, mas quanto mais o leitor vai entendendo-as e conhecendo-as melhor, é notável o quanto elas vem em Liz um porto seguro, mesmo que a própria Liz no fim, não seja. Liam é outro personagem que tem um destaque profundo, porque suas observações sobre a protagonista não era sobre o que ele via, mas sobre o que ele acreditava que ela escondesse por baixo da superfície.
Foto por Roendo Livros
No fim não me apeguei a nenhum personagem a não ser a própria narradora. Através dela pude deixar de odiar Liz pelos seus erros e começar a compreendê-la, e claro, torcer para que ela conseguisse seguir em frente (se caso sobrevivesse). Chorei muito com esse livro e digo mais, chegando no final, parece que todas as emoções ficam mais intensas, o que deixa o leitor destruído e morto de preocupação. É no epílogo que iremos descobrir se Liz sobreviverá ou não.
Eu fiquei tão apaixonada por essa obra que eu terminei ela em 5 horas e queria muito que tivesse um outro livro contando sobre todas as pessoas que foram modificadas pela Liz, para saber se no final, elas conseguiram exorcizar seus demônios ou não. A escrita da autora é envolvente, te leva profundamente para o enredo e não deixa nada de fora. Uma parte do livro que foi enfatizada foi o acidente de Liz, então revivemos a cena diversas vezes e de vários ângulos, o que me deixava admirada e ao mesmo tempo estranha ao ler.
Sabe quando você escreve e escreve, mas sente que não está falando nem 10% do que realmente queria? Tudo o que quero enfatizar, é que Amy Zhang nos traz uma obra realista, de uma forma crua, que entra na mente do leitor e fica enraizado lá. Com personagens verdadeiros, falhos e problemáticos, Quando tudo faz sentido é uma obra linda, que promete trazer todo tipo de sensação a quem lê.
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12 comments on “Quando tudo faz sentido – Amy Zhang | Resenha

  1. Oi, Mi

    Até que enfim alguém falou quem é a bendita narradora! Todas as resenhas desse livro que li deixavam isse em suspenso, só mencionam que era um narrador diferente e tal.
    Eu acho a temática do livro be batida, por isso creio que ele não chame minha atenção.
    Vi que você mencionou Raio de Sol na resenha… esse eu quero muito ler!

    Beijos
    – Tami
    http://www.meuepilogo.com

  2. Ola,

    Eu gosto quando a premissa é um ambiente escolar, e eu curti muito a sinopse, quando li sua resenha e vi que a narradora é uma amiga imaginária, nossa, super curti, não conhecia o livro e fiquei doida para ler!!
    Eu só não curti muito a capa..

    Beijos Mila
    Daily of Books

  3. Oi, Tamires. Eu só saquei que era uma amiga imaginária porque vi uma resenha, porque até então, você só descobre quem é o narrador no final do livro haha, mas adorei o livro mesmo com a temática já batida.

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