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Aos perdidos, com amor – Brigid Kemmerer | Resenha

Juliet Young sempre escreveu cartas para sua mãe. Mesmo depois da morte dela, continua escrevendo – e as deixa no cemitério. É a única coisa que tem ajudado a jovem a não se perder de si mesma. Já Declan Murphy é o típico rebelde. O cara da escola de quem sempre desconfiam que fará algo errado, ou até ilegal. O que poucos sabem é que, apesar da aparência durona, ele se sente perdido. Enquanto cumpre pena prestando serviço comunitário no cemitério local, vive assombrado por fantasmas do passado. Um dia, Declan encontra uma carta anônima em um túmulo e reconhece a dor presente nela. Assim, começa a se corresponder com uma desconhecida… exceto por um detalhe: Juliet e Declan não são completos desconhecidos um do outro. Eles estudam na mesma escola, porém são tão diferentes que sempre se repeliram. E agora, sem saber, trocam os segredos mais íntimos. Mas, aos poucos, a vida real começa a interferir no universo particular das confidências. E isso pode separá-los ou uni-los para sempre. Entre cartas, e-mails e relatos, Brigid Kemmerer constrói uma trama intensa, repleta de descobertas e narrada sob o ponto de vista dos dois personagens. Uma história de amor moderna de arrebatar o coração.

Jovem adulto, romance | 430 páginas | Editora Plataforma21 

Aos perdidos, com amor é um livro que fala sobre temas como luto, perdas, culpa e caminhos a serem seguidos. Literalmente li o livro em horas e fiquei completamente apaixonada pela escrita leve e gostosa da Brigid. A história é um jovem adulto que conta sobre a vida de duas pessoas até então desconhecidas mas que acabam tendo suas vidas cruzadas por uma simples carta.
Declan Murphy é um garoto problema. Com apenas 17 anos, ele já cumpre serviço comunitário no cemitério da cidade por ter causado problemas há poucos meses atrás. É lá onde ele encontra a carta que iria mudar sua vida. Juliet Young sempre escreveu cartas a sua mãe, que era uma renomada fotógrafa, e como sempre vivia longe da filha e do marido, era através das cartas que elas mantinham uma grande conexão. Depois que sua mãe morreu, quase todas as noites Juliet aparece em seu túmulo, e muitas vezes com uma carta na mão. Ela só não esperava que a última carta que fora colocada ali voltaria respondida. 
Minha autoria

A princípio Juliet sente que sua intimidade fora violada, afinal, o conteúdo daquela carta pertencia somente a ela, o luto que ela estava passando se tornou conhecido por alguém, mas ela sente algo diferente ao conversar com essa pessoa, e principalmente, sente-se entendida. A partir daí ela e Declan começam a conversar através das cartas no cemitério, enquanto na vida real, ambos estudam na mesma escola e se detestam, e a verdade sobre a identidade de cada um começa enfim a aparecer.
Eu gostei muito desse livro realmente, mas teve algumas coisinhas nele que me irritaram, e que vou explanar melhor a vocês. Achei o desenvolvimento dos personagens muito bem feito, ambos acabam crescendo e evoluindo durante a narrativa, cada um aprendendo a lidar com o luto e a perda de uma forma diferente.
Declan por ser tachado de marginal muitas vezes não é levado a sério. Ninguém ali confia nele, ninguém quer descobrir seu lado na história por trás de sua prisão, e isso faz com que ele crie uma postura agressiva com as pessoas. O fato é que a família de Declan não ajuda em nada em relação a isso. Alan, seu padrasto, é um completo idiota e sua mãe, aquela que deveria protegê-lo, acaba por ser negligente a maioria das vezes. É claro que eu fiquei louca com isso, tenho muita raiva de mães e pais que fazem isso com seus filhos, principalmente alguém como Declan que se culpa muito por coisas que ele não poderia mudar. Uma conversa entre eles seria essencial naquela família, mas infelizmente o atrito entre eles é grande. A única pessoa que parece entender Declan e lhe dá todo apoio é Rev, seu melhor amigo, que também tem uma história triste por trás de toda sua bondade. Eu ficaria muito feliz se a autora se interessasse em criar uma história para esse personagem tão importante no livro.
Minha autoria
Juliet acabou perdendo sua mãe e sua conexão com a fotografia também morreu com ela. Ver o trabalho que a mãe fazia sempre fez a menina vê-la como uma heroína, já que a mãe dela acompanhava e registrava momentos importantes como guerra, tratados, coisas que mudariam o mundo de alguma forma. E foi por isso que me irritei muito com Juliet. Ela colocava a mãe em um pedestal enorme, como se só pelo fato da mãe dela ir registrar soldados na guerra fosse muito importante, como se outras coisas normais fossem consideradas menos importantes só pelo fato de “não impactar o mundo”. Algumas vezes também senti que ela desvalorizava o pai dela justamente por ele não ter o mesmo brilho que sua mãe. Metade do livro vemos a Juliet falar da mãe dela como se ela fosse a melhor coisa do mundo. Vejamos, eu entendo que o luto é difícil para cada um, e todos tem sua maneira de superar, mas ver a Juliet superestimando a mãe dela e deixando de dar valor a pessoas que realmente estavam ali todos esses anos enquanto a mãe dela não hesitava em viajar e deixar a família para fazer um trabalho, me tirou do sério. 
O mais importante nessa história é ver o desenvolvimento da amizade improvável de Juliet e Declan se formando. E claro, descobrir como as perdas de cada protagonista foram acontecendo, o que nos é revelado aos poucos, e como eles lidam com cada descoberta. Se tem uma coisa que eu aprendi com esta leitura foi que a primeira impressão que a gente tem de uma pessoa nunca sempre é a certa. Quantas pessoas julgaram Declan sem conhecê-lo só porque ele fora preso? Um fato breve sobre esse livro é que ele pode parecer simples mas tudo aqui nos surpreendem de alguma forma, ainda mais os personagens que realmente conseguem nos enganar num primeiro momento.
Minha autoria
Eu fiquei apaixonada por esse enredo, por esse livro e vou sim indicar ele a você. Você que gosta de livros com um casal fofo, mas totalmente improvável e um palco de fundo com temas como família e escola que foram muito bem desenvolvidos. 
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16 comments on “Aos perdidos, com amor – Brigid Kemmerer | Resenha

  1. Oi, Mi! Tudo bem?
    Eu passei um longo tempo afastada dos livros jovem-adultos. Achei que tinha enjoado, não queria mais esse tipo de leitura e parei de ler. Voltei há pouco tempo e percebi que nunca foram os livros em si. O problema era comigo mesma. Amo livros JA, independente da minha idade (tenho 32) e acho que ainda vou gostar por um bom tempo. É claro que tem aqueles se classificam assim mas são teen demais, mas os que são realmente bem catalogados me despertam muito interesse, prendem minha atenção até o fim. Basta, claro, ser bem escrito e com boa história.
    Esse que você acabou de resenhar parece ser desses que a gente só larga quando fecha a última página. Quero muito ler.
    Depois te conto o que eu achei!

    Beijão

    http://www.aquelaepifania.com.br

  2. Oi, Eliza. Eu amo muito esse gênero, e concordo que alguns livros tem essa classificação mas não chegam aos pés daqueles que nos impactam de alguma forma. Eu adorei esse livro e super indico, espero que goste.

  3. Oi Miriã,
    esse livro sempre chama minha atenção porque acho essa capa lindíssima. Quanto a história eu tenho alguns problemas com histórias envolvendo luto, não costumo curtir muito. A que eu mais gosto nesse estilo é Estrelas Perdidas, da Bianca da Silva, conhece?

    Att.,
    Eduarda Henker Queria Estar Lendo

  4. Oi, Lu.
    Eu não achei que tivesse a ver com As vantagens de ser invisível, acho que esse livro possa soar mais interessante, apesar de algumas partes serem tão paradas quanto o outro livro.
    Tomara que você leia algum dia 🙂

  5. Helloo, Mika! Tudo numa nice?!
    Eu nunca tinha visto uma resenha desse livro ou lido muito sobre ele. No ano passado estive numa vibe de não ler YA porque tinha enjoado, mas no final do ano voltei a ler e percebi como sentia saudade. Acho que o melhor remédio para mim é intercalar as leituras para eu não ficar fatigada de um gênero ou de outro. Sobre esse livro: eu adorei a premissa e faz bem o jeitinho que sempre gostei e que estou lendo de novo. Mal posso esperar para dar uma conferida.
    Beijin…
    Alana Gabriela – Books and Stuff

  6. Oi Alana. Acho que isso é a melhor coisa que você pode fazer. Também enjoo muito fácil de YA, por isso sempre intercalo entre outros gêneros que gosto. Agora minha vibe está em ler esse gênero mesmo kkkk espero que possa ler essa obra e gostar.

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