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Mais do que palavras podem dizer – Brigid Kemmerer | Resenha

Rev Fletcher ainda luta com demônios do passado. Mas, graças ao amor de seus pais adotivos, tem ficado bem. Uma carta de seu pai biológico, porém, traz novamente à tona a memória de uma infância violenta. Já Emma Blue tenta não pensar no divórcio dos pais, dedicando seu tempo a códigos e games. Mas, com o assédio persistente de um usuário anônimo, tudo fica ainda mais difícil. Em meio a tantas turbulências, Rev e Emma se encontram. E quanto mais perigosas se tornam as situações em que estão mergulhados, mais a confiança que têm um no outro é colocada à prova. Eles procuravam respostas… e encontraram um ao outro.Do mesmo universo de Aos Perdidos, Com Amor.

Jovem adulto | 408 páginas | Editora Plataforma 21
Rev Fletcher tem um passado para exorcizar. Apesar de ter sido tirado do pai aos 7 anos e ter sido adotado com 13, aos 18 anos ele ainda sente medo de que possa se tornar exatamente aquilo que seu pai um dia fora. Todas suas convicções só aumentam depois que ele recebe uma carta… de ninguém menos que seu pai, com um endereço de e-mail. Como será que ele havia lhe encontrado? O medo emana dos poros de Rev ainda mais quando por um impulso ele resolve responder. Agora seu pai não para de mandar e-mails recitando versículos da Bíblia pois sabe que assim ele consegue controlar o filho, mesmo que de tão distante. 
Rev tem medo de contar aos pais adotivos sobre os e-mails, tem medo de que manter contato com seu pai biológico seja uma traição para eles. Ele resolve então se calar, mentir para todos que tudo está bem, mas a tensão permanece lá até que venha a explodir.

Emma Blue é apenas uma adolescente mas é craque na programação de jogos. A garota é tão boa nisso que ela já desenvolveu seu próprio jogo, OUTRATerra, onde passa horas do seu dia e da noite jogando e explorando. Lá é um refúgio das constantes brigas com seus pais, principalmente a mãe que acha o que ela está fazendo é uma perda de tempo. Mas depois que a garota começa a receber mensagens com ameaças a ela fica claro que ela está sendo assediada e que o seu mundo virtual já não é mais seguro. 
Duas pessoas completamente diferentes mas que acabam se conhecendo por acaso e acabam encontrando um no outro a coragem que precisam para enfrentar seus demônios.
Mais do que palavras podem dizer é o segundo livro publicado da autora Brigid aqui no Brasil, sendo um spin-off de Aos perdidos, com amor. Pra quem não sabe, esse primeiro livro foi um dos  meus preferidos do ano passado, eu simplesmente amei a temática e como a autora desenvolveu a obra, e imaginei que esse segundo livro seria o mesmo mas com suas diferenças, e foi exatamente isso que encontrei.
Rev é o melhor amigo de Declan, protagonista do outro livro, e pelo que já sabíamos dele, seria um personagem que teria um passado sombrio já que com suas aparições no livro anterior vemos que ele sofreu um grande trauma e é fissurado na Bíblia. Além disso Rev não usa outro tipo de roupa além de calça e moletom, por isso ganha o apelido de Morte na escola. O trauma dele vai muito além das cicatrizes e da tortura que sofreu nas mãos do pai. Tem a ver com reforço negativo, com o fato de Rev sempre querer obedecer o pai e tentar fazê-lo orgulhoso, mesmo que ele seja o monstro que é.

A autora vai desenvolvendo muito bem essas nuances do personagem, que vai de medo à violência em pouco tempo. O medo real de Rev é se tornar exatamente aquilo que um dia seu pai fora. Foi legal a construção de sua personalidade que mesmo não tendo muitas mudanças ao longo da obra, sofre uma leve alteração. Ainda encontramos um personagem tímido e um pouco estranho, mas com certeza mais forte e mais confiante de quem é.
Já a Emma trouxe vários sentimentos para mim. Ela só tem 16 anos eu sei, mas por muitas vezes achei suas atitudes em relação a mãe muito infantis. Ela esperneia e briga por tudo, porque a mãe desliga a internet, porque os pais vão se separar… é tanto mimimi que ficou difícil gostar dela, mas custou um pouco e eu consegui engoli-la. Além disso Emma tem atitudes um tanto quanto egoístas e bem cretinas. Ela não tem motivos nenhum para tratar as pessoas como trata. O fato é que ela não sabe lidar com seus problemas e desconta em todo mundo porque simplesmente não consegue sentar e ouvir o que as pessoas tem a falar.
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A garota se esconde atrás de uma tela de computador. Para alguns isso pode até ser bom, mas por outro lado, quantos contatos e amizades reais ela está perdendo porque está há tempo demais jogando e esquecendo de realmente viver? Emma não percebe que sua atitude não somente afasta pessoas mas também convida outras um tanto quanto perigosas para perto de si. E aqui entramos na questão do assédio. A autora bate muito na tecla de que o mundo da programação e dos jogos é muito difícil para o público feminino, mas nada justifica o assédio que muitas vivem por causa disso. Além disso, a autora traz um personagem que assedia Emma durante boa parte da obra e no fim nem descobrimos quem realmente ele é. Ficou um arco em aberto que poderia ter sido trabalhado no final. 

Eu achei que esse livro foi mais intenso que o outro por causa dos personagens. Rev é um personagem que passa tempo demais em sua própria cabeça e ás vezes seus pensamentos se tornaram confusos para mim. Apesar disso, o livro passou voando. Acreditem, são 408 páginas que passam sem você nem perceber, e eu adorei isso. 

Mais do que palavras podem dizer não foi tão bom quanto o primeiro mas conseguiu aquecer meu coração em alguns momentos e matou a saudade da escrita da autora que continua muito delicada e linda.
POSTADO POR MIRIÃ MIKAELY
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